
A Receita Federal impediu, nesta segunda-feira (2), a circulação de uma grande remessa de produtos irregulares no Terminal de Carga do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus. A Equipe K9 localizou 2 mil iPhones, unidades de iPads, Apple Watch, acessórios da Apple e um carregamento expressivo de retatrutida, medicamento experimental contra obesidade que ainda não possui liberação para uso no Brasil ou em qualquer outro país.
O fato surpreendente da apreensão é que a carga não estava sendo importada do exterior, como costuma ocorrer em operações de contrabando, mas sim tentando ser internada para fora da Zona Franca de Manaus, em desacordo com as normas legais de movimentação logística. A irregularidade chamou a atenção dos auditores e levou à retenção imediata dos produtos.
Medicamento não aprovado e risco à saúde
Entre os itens recolhidos, estavam frascos identificados como retatrutida com a marca Synedica. O composto verdadeiro, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, encontra-se em fase 3 de estudos clínicos e ainda não tem qualquer aprovação regulatória. Isso significa que não pode ser comercializado, distribuído ou utilizado, tornando sua circulação ilegal e potencialmente perigosa.
Ação aduaneira e combate ao crime
A Alfândega do Aeroporto de Manaus reforçou que as operações de fiscalização têm como propósito impedir que produtos sem comprovação legal ingressem no mercado nacional, protegendo consumidores e evitando prejuízos à economia.
O órgão destacou ainda que práticas como contrabando e descaminho frequentemente servem de base financeira para organizações criminosas que atuam nas fronteiras.
“Essas atividades, vistas por muitos como pequenas infrações, sustentam redes de criminalidade que impactam diretamente a segurança pública e a economia do país”, alertou a Receita Federal.
A carga apreendida será periciada, e o caso seguirá para investigação com o objetivo de identificar todos os envolvidos na tentativa de internar os produtos de forma irregular.










