O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou, na manhã desta quarta-feira (3/12), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem ele teve uma “conversa extraordinária” na tarde de terça-feira (2/12).
Além de tecer elogios ao líder norte-americano, o petista disse que, toda vez que conversa com o líder norte-americano, se surpreende ao perceber que há “dois Trumps”: um cuja personalidade aparece na televisão e outro no trato pessoal.
“Posso dizer que, toda vez que eu converso com o Trump, me surpreendo. Porque você vê o Trump na TV muito nervoso e, na conversa pessoal, ele é outra pessoa. E eu fiz questão de dizer para ele: ‘Nós temos dois Trumps, o Trump da televisão e o Trump da conversa pessoal’. Pode estar certa de que a química entre nós rolou de verdade, e o Brasil vai ganhar, os EUA vão ganhar, porque são as duas maiores economias do ocidente, e nós estamos muitos bem”, afirmou em entrevista ao Bom Dia, Ceará, da TV Globo.
A conversa de ambos os líderes ocorreu na terça-feira (2/12) e durou cerca de 40 minutos. De acordo com nota divulgada pelo governo brasileiro, Lula indicou a Trump que a decisão de retirar a tarifa de 40% imposta a alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas, foi “muito positiva”.
Em 20 de novembro, a Casa Branca zerou as tarifas de 40% aplicadas pelos Estados Unidos sobre parte dos produtos agrícolas brasileiros. Com a decisão, deixaram de ser taxadas as exportações de carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, certas frutas, vegetais, nozes e fertilizantes.
Agora, durante a entrevista desta quarta, Lula afirmou que “muita coisa vai acontecer” e que está “convencido de que vai acontecer boa coisa”, em uma sinalização de que ainda pode haver mais reversões na taxação imposta pelo governo norte-americano aos produtos brasileiros.
“Da mesma forma que o povo brasileiro teve uma notícia ruim quando o presidente Trump anunciou a taxação, eu acho que está perto de a gente ouvir uma notícia boa, além dessa de tirar alguns produtos nossos da taxação que ele fez […] Eu conversei seriamente com o Trump sobre a necessidade de ele compreender a necessidade de fortalecimento das duas maiores democracias do ocidente: Brasil e EUA. Portanto, não tem sentido essa taxação. Disse que era importante rever isso […] Então, foi uma conversa extraordinária”, ressaltou Lula.
Entre outros temas, Lula também disse que conversou com Trump a respeito do crime organizado , pontuando que haveria muitas pessoas que cometem crimes no Brasil, mas que “moram em Miami”. O petista afirmou que enviou documento para o presidente dos EUA sobre isso.
