
Em um movimento surpreendente em meio às crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, Joesley Batista, coproprietário da gigante de carnes JBS, viajou a Caracas para tentar persuadir o presidente Nicolás Maduro a renunciar ao cargo. A informação foi divulgada pela agência de notícias Bloomberg nesta quarta-feira (3/12).
A viagem de Batista teria ocorrido na semana passada, com o objetivo de reforçar o pedido do presidente norte-americano, Donald Trump, para que Maduro deixasse o governo venezuelano de forma pacífica. Fontes anônimas indicam que Joesley se encontrou com o líder venezuelano em 23 de novembro, dias antes de Trump ligar diretamente para Maduro com a mesma solicitação.
Embora autoridades do governo dos EUA tivessem conhecimento do plano de Joesley de ir a Caracas para transmitir a mensagem de Trump, elas ressaltam que o bilionário agiu por conta própria e não a pedido do governo. A J&F S.A., holding da família Batista, em comunicado à agência, afirmou que “Joesley Batista não é representante de nenhum governo”.
Diálogo Telefônico e Interlocução de Batista
Nessa quarta-feira, o presidente Nicolás Maduro confirmou que teve uma conversa telefônica com o presidente Trump, descrevendo-a como um “passo importante” para o diálogo entre Caracas e Washington. Trump já havia revelado o contato com Maduro, que ocorreu em meio à recente crise na América Latina e no Caribe.
A capacidade de Joesley Batista de atuar como interlocutor entre Trump e Maduro é atribuída, em parte, às suas relações comerciais prévias com a Venezuela. Anos atrás, a JBS e o governo venezuelano negociaram um contrato de US$ 2,1 bilhões para o fornecimento de carne e frango ao país, que enfrentava grave escassez de alimentos e hiperinflação. Esse acordo foi, inclusive, viabilizado pelo político socialista Diosdado Cabello, atualmente ministro do Interior.
Com informações de Metrópoles










