José Brito, suspeito de assassinar de forma brutal Isabel Cristina Lopes Simplício, conhecida como “Bebel” e mãe da influenciadora digital Isabelly Aurora, foi capturado na noite desta terça-feira (9) por membros de uma facção criminosa em Manaus. O feminicídio havia ocorrido horas antes, em um sítio no bairro Lago Azul, Zona Norte da capital.
A prisão do suspeito não foi realizada por equipes da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) nem por policiais militares, mas sim pelo chamado “conselho” de uma organização criminosa, conforme mostram vídeos que circulam em grupos de WhatsApp.
Nas imagens, José Brito aparece de joelhos, com as mãos para trás, aparentemente amarrado. Ele é questionado sobre sua relação com pessoas do bairro Fazendinha e cita nomes supostamente ligados ao crime organizado.
“O Pelézinho lá no Fazendinha”, diz o suspeito. Um dos homens responde: “É mesmo? Vamos chegar nos irmãos para ver se processa essa parada aí, beleza”.
José Brito continua: “O filho meu trabalha para ele também, o braço direito dele, o Maico Brito”.
A gravação termina com um dos homens afirmando: “Tá aqui meus irmãos, tá aqui ó o rapaz que matou a mulher aí, ó. Tá aqui, tá seguro ele aqui, vamos ver qual é a procedência dele”.
Minutos após a divulgação do vídeo, começaram a circular informações de que o suspeito teria sido executado pelo próprio “conselho” da facção, embora essa informação ainda não tenha confirmação oficial.
Entenda o feminicídio
Isabel Cristina, de 45 anos, foi encontrada morta durante a manhã em um sítio localizado na rua Matrinxã. Segundo testemunhas, o crime teria sido cometido pelo próprio companheiro, José Brito, com quem ela mantinha um relacionamento há cerca de um ano.
O corpo apresentava sinais de extrema violência: perfurações nos olhos, pancadas na cabeça e marcas de possível estrangulamento, indicando que a vítima foi submetida a grande sofrimento antes de morrer.
O delegado George Gomes, responsável pela investigação, afirmou ao Fato Amazônico que o crime se deu no contexto de um relacionamento conturbado.
“Era o companheiro dela, recente que ela arrumou, e eles estavam há cerca de um ano juntos. Relacionamento conturbado, e agora ele acabou tirando a vida dela”, disse.
O delegado acrescentou que as agressões envolveram espancamento, golpes na cabeça, enforcamento e possíveis perfurações com faca. “Pelo que pudemos identificar, estavam só os dois na residência”, completou.
Equipes da DEHS haviam iniciado buscas pelo suspeito ainda durante a tarde, antes da circulação do vídeo que mostrava o homem já em poder da facção.
