Não temos como mensurar a importância da Religião na vida humana. No entanto, podemos dizer que toda religião cumpre uma função fundamental: manter a vida humana em perspectiva.

Nesse sentido, todas elas, de diferentes formas, nos prometem à vida eterna, e que um dia, após a morte, reencontraremos aqueles que amamos em vida: nossos parentes (pai, mãe, irmãos) e amigos.

Existe promessa mais bela e interessante do que essa? Quem é crente sabe que à vida não acaba aqui, quando morremos. Esse é o campo próprio das religiões. Infelizmente, somente quem tem fé consegue compreender tão profunda matéria.

As religiões também ensinam que para garantir a salvação, que é à vida eterna, precisamos cumprir alguns requisitos. Primeiramente, devemos “amar a Deus sobre todas as coisas” e, em segundo lugar, “Amar o próximo como a si mesmo”, simultaneamente.

Esses mandamentos nos ensinam que não devemos ser mesquinhos e egoístas; que precisamos pensar mais nos outros e menos em nós mesmos. Somente assim Deus nos livrará das tormentas eternas.

Com efeito, o evangelista São João afirma que: “A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz”. E o motivo dessa péssima escolha é a desobediência a Lei divina: “Porque suas ações eram más” (João 3,19).

Diante dessa pandemia de Covid-19, dos sofrimentos, das angústias, da solidão, do medo, do desemprego, da fome, etc., as verdadeiras religiões nos ensinam que as soluções de Deus são sempre mais belas.

E quais são as verdadeiras religiões? São aquelas que pregam o amor, o respeito à opinião do outro, o bem comum; que tratam os fiéis como devotos e não como clientes, consumidores de suas ideologias.

A verdadeira religião de Jesus Cristo, o Nazareno, ensina que o ser humano é livre, sujeito e não objeto; que devemos amar a todos indistintamente, não importando a sua condição social, sexual, racial, etc.

Todavia, o homem contemporâneo precisa crescer no amor ao próximo e evoluir espiritualmente. Ele precisa parar de classificar as pessoas pela cor da pele, do sexo, da religião, da posição social.

É preciso olhar mais para o futuro do que para o passado, valorizar mais as pessoas do que os bens materiais. Enfim, “É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã” – como cantou o poeta Renato Russo.

Luís Lemos

Filósofo, professor universitário e palestrante. Autor dos livros: O primeiro olhar – A filosofia em contos amazônicos (2011), O homem religioso – A jornada do ser humano em busca de Deus (2016); Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas: Histórias do Universo Amazônico (2019). E-mail: [email protected]

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