A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou, em 2015, para possíveis ataques e ameaças contra a segurança de cidadãos brasileiros por membros do Estado Islâmico (EI), frente à expansão do grupo no norte da África.

Naquele ano, o grupo terrorista reivindicou ataques em uma série de países, como Estados Unidos, Tunísia, França e Líbano.

O órgão apontou que a política imigratória brasileira tem potencial para atrair ex-combatentes do EI “interessados em utilizar rotas alternativas de trânsito por terceiros países para burlar os controles de segurança contra o terrorismo nos países de destino final”. A informação consta em relatório de inteligência da Abin publicado nesta segunda-feira (29/8) pela agência Fiquem Sabendo. O documento estava em sigilo, mas foi desclassificado neste ano.

No documento, a Abin explica que a nossa política imigratória estimula o acolhimento de refugiados e, quando associada ao atual quadro de restrição migratória vigente em países europeus, tende a repercutir no aumento dos índices de solicitação do benefício ao Brasil em curto e médio prazos.

Nesse sentido, o órgão viu a necessidade de incremento da integração e da cooperação mútua em áreas sensíveis como as de controle migratório, diplomacia e de inteligência. O objetivo é permitir a detecção antecipada e a contenção de ameaças contra a segurança de cidadãos brasileiros e os interesses do país.

“A existência de rotas brasileiras de imigração – legais ou ilegais – de indivíduos egressos de zonas conflagradas pelo terrorismo poderá representar alternativa viável para a dissimulação de entrada ou trânsito temporário de ex-combatentes do EI, ou de outras organizações extremistas, em território nacional”, diz o relatório.

“No tocante à segurança dos interesses brasileiros em países circunvizinhos à Líbia, embora o quadro não tenha revelado até o momento ameaças críveis de cunho terrorista contra representações diplomáticas do Brasil, não se descarta a adoção, em caráter preventivo, de medidas para monitorar situações de risco, em face da perspectiva de expansão das atividades do EI na região nos próximos meses”, acrescenta.

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