Os deputados estaduais Adjuto Afonso (PDT) e Serafim Correa (PSB) não gostaram nada da saída de Rebecca Garcia da Superintendência da Zona Franca de Manaus. O primeiro classificou como retrocesso a saída e disse que causa instabilidade junto à classe empresarial. O ex-prefeito de Manaus disse estar “perplexo” com os rumos que toma o Governo Temer que faz uma mudança após o Partido Progressista, de Rebecca, não seguir a orientação presidencial na Câmara dos Deputados.

Adjuto que é presidente da Comissão de Indústria, Comércio Exterior e Mercosul (CICEM), da Assembleia Legislativa do Amazonas, ficou surpreso com a notícia, tendo em vista o trabalho que Rebecca estava desenvolvendo à frente do órgão.

“É um retrocesso. Ainda ontem o Congresso discutiu taxas a partir de um processo que foi conduzido por Rebecca, para que as taxas cobradas sirvam de investimento na região. A Rebecca é política, mas também é técnica, e vinha fazendo um grande trabalho na Suframa, tem o apoio dos empresários, tem o apoio do ministro, eu mesmo constatei na última reunião em que estive lá. O próprio ministro falou da sua competência, da sua dedicação pelo Pólo Industrial, e de repente, talvez por questões políticas ela sai”, disse Adjuto.

Serafim perplexo

O deputado Serafim Corrêa (PSB) disse que o desenvolvimento da Zona Franca de Manaus não pode ser feito sob um balcão de negócios. O comentário diz respeito à exoneração da superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, pelo presidente Michel Temer, após o Partido Progressista (PP), o qual Garcia pertence, não seguir a orientação de Temer na Câmara dos Deputados.

Serafim Correa disse estar “perplexo” com os rumos que toma o Governo Temer. “Estou perplexo com a exoneração repentina da superintendente Rebecca Garcia. Mas tudo isso está claro no jogo dos bastidores. A ex- deputada Rebecca é do PP, que tem como deputada federal Conceição Sampaio. Ela não estava votando de acordo com a orientação do Governo Temer, que condicionou uma escolha a ela: ou Conceição mudaria de posição ou Rebecca seria substituída para dar lugar a reivindicações de deputados que estão votando cerrado com o governo”, explicou o deputado.

Serafim também alertou para o aumento da instabilidade econômica que virá nos próximos dias. “O desenvolvimento precisa de regras claras, conformidade, transparência e isso não está tendo. Eu lamento profundamente porque esse quadro está gerando pânico, principalmente quanto às empresas do Distrito Industrial. O encaminhamento é absolutamente equivocado, atende a interesses menores e acredito que quando Temer deixar a presidência, haverá uma nova substituição, que não durará mais do que 18 meses, porque em janeiro de 2019 teremos um novo governo e também haverá substituição. O que o desenvolvimento não precisa é instabilidade e vamos ter uma instabilidade enorme nos próximos dias, semanas e meses”, finalizou.

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