Duas versões rondam a prisão em flagrante do advogado Sdiney José Vieira de Souza, 35 aos, na noite do último sábado, acusado de porte ilegal de arma de uso permitido. Policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM), afirmam ter encontrado uma pistola Glock, calibre 380, dentro Honda Civic, preto de placas JXS 4393, dirigido pelo suspeito, enquanto ele garante que a arma foi plantada pelo policial Dillaney Silva, que abordou na Rio Purus, no Vieiralves, Zona Centro-Sul de Manaus.

Sdiney, foi apresentado no 10º Distrito Integrado de Polícia, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante, pelo delegado Edney Marques, que liberou o advogado depois do pagamento de fiança.

Acompanhado de sua companheira, Samia Brena Furtado Monteiro Campos, eles foram a Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança, onde denunciaram que o flagrante foi forçado pelos policiais da Rocam, por determinação do ex-cunhado de sua esposa, o capitão da PM, Bruno Azevedo, com quem ela tem enfrentado problemas depois da separação.

“Quando me abordaram, estava com minha enteada indo a formatura de meu filho de seis anos”, disse o advogado, afirmando que foi mantido afastado do carro enquanto os policiais revistavam o veículos.

De acordo com Sidney, um policial disse “tá limpo”, mas o soldado Dillaney, “que já tinha me falado que ia me dar mal por afrontar policiais, foi quem plantou a pistola”.

Sidney, afirma que disse ao policial nunca ter visto a pistola e que não lhe pertencia. Ele acrescentou que mesmo com sua enteada no colo, foi obrigado a ir a sua casa, onde mais viaturas da ROCAM, já com um tenente, que não sabe dizer o nome, assumiu a ocorrência e tentou invadir sua residência, onde sua companheira Samia Brena, com sua filha na colo garantiu que ele não entraria.

Da frente de sua casa, o advogado, disse que foi levado ao DP, onde o soldado Dillaney, quebrou a sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil.

Rocam

O soldado da ROCAM, Dillaney Silva, comandante da viatura de prefixo 9231, que apresentou o advogado na delegacia, apresenta uma outra versão para ocorrência.

Disse que trafegava pela Rua Rio Purus, quando avistou o Honda Civic, de cor preta, sem o lacre do Detran. Ele garante que abordou o carro e pediu para o condutor descer enquanto os policiais realizavam uma vistoria que foi acompanhada pelo motorista.

Dillaney, afirmou que ao abordar o veículo, o motorista ao descer disse que tinha uma arma em seu carro, que era advogado, mas não tinha porte para usar a pistola.

O policial disse que outro problema encontrado para a prisão do advogado, se deu por conta de ao verificar o chassi, viu que a numeração não conferia e deu voz de prisão ao advogado, mas antes foi deixar a enteada do mesmo na casa da mãe.

O policial, disse que a polícia não tentou entrar na casa da mãe da criança, apenas entregou a menor e colocou o advogado no banco de trás da viatura e o levou ao 10º Distrito Integrado de Polícia, onde o auto de prisão em flagrante foi lavrado. Garantiu ainda não conhecer nenhum capitão com o nome de Bruno Azevedo.

Tentativa de invasão

A bacharel em direito Samia Brena, esposa do advogado, disse ter sido surpreendida com a chegada de três viaturas da ROCAM, em sua casa e com chegada de seu esposo algemado e sua filha aos prantos.

Samia, disse que o tenente que estava no comando, depois de lhe entregar sua filha, disse que iria invadir sua casa para apreender a droga que estava escondida dentro.

“Me disse que se não deixasse ele entrar iria ser presa também por tráfico de drogas”, acrescentando ter sido ameaçada pelo oficial que tinha a intenção de invadir sua casa para plantar a droga e assim prendê-la, juntamente com seu companheiro, para que seu ex-esposo, que é irmão do capitão Bruno Azevedo, conseguisse a guarda da filha que eles tiveram enquanto estavam juntos.

Brena, disse que para provar que tudo não passou de uma armação orquestrada irá apresentar a filmagem com toda a ação truculenta dos homens da ROCAM. “Tenho tudo filmado e vou provar que tudo foi armado para que o pai da minha filha, tentar tirar a guarda da criança. Essa não foi a primeira tentativa, desde nossa separação, ocorreram outros episódios”, garantiu.

Corregedoria

O tenente coronel Euler Ribeiro, da Corregedoria, disse que uma sindicância para apurar o caso será instaurada. Ele acrescentou que na madrugada de deste domingo, o advogado Sidney Souza, esteve registrado a denúncia contra a guarnição da ROCAM, que o prendeu.

O advogado, foi atendido pelo coronel Frandemberg Maués de Freitas, oficial de sobreaviso da Corregedoria.

“Vamos apurar os fatos e se comprovado o excesso todos serão punidos de maneira rigorosa”, garantiu Euler, afirmando que os policiais e o tenente que esteve a frente da ocorrência será intimado para depor.

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