Ao desembarcar em Brasília escoltado por policiais, o agente de estação do Metrô-DF Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, deu detalhes de como matou o próprio filho Bernardo, de apenas 1 ano e 11 meses. Demonstrando raiva e frieza, relatou que deu medicamentos controlados para a criança e jogou o corpo às margens da BR-020, a cerca de 600km de Brasília. “Agora é só um corpo. Passei e não vi ninguém na rua, joguei no mato e saí”, confessou.
Segundo ele, a intenção era dar um “susto” na mãe da criança, com quem teve um relacionamento, segundo a PCDF, e na ex-sogra. “É uma pessoa que não tem emoção. Se refere ao filho sempre como o ‘menino’. Disse que, após dar o medicamento, o garoto ficou ‘molinho’ e, ao constatar a morte, jogou o corpo em uma região de mato alto próximo a rodovia”, detalhou o delegado-chefe da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), Leandro Ritt.
“Fizemos buscas na residência [na 712] e encontramos uma caixa de remédios (para dormir), copo de água infantil e muitos resquícios de vômito. O material foi encaminhado à perícia”, explicou o delegado, durante coletiva de imprensa na quarta-feira (04/12/2019).
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Para a polícia, Paulo não tem interesse na localização do corpo, pois indica que quer dar um “sofrimento permanente” à família do garoto. Além de Bernardo, ele tem outros dois filhos. No entanto, ao prestar depoimento à polícia, não lembrou os nomes. Disse que não mantém contato com eles.
Sequestro

Após o sequestro de Bernardo, Paulo mandou mensagem para a mãe do menino fazendo ameaças. “Vocês nunca mais vão ver o Bernardo. Falei desde o início para você que [se] aprontasse na minha vida, sua mãe não ia te proteger. Nem você nem sua mãe servem de nada.”
10 anos na ala psiquiatra como suspeito de matar sua mãe
O homem também foi preso e internado na ala psiquiátrica da Papuda – onde ficou por 10 anos – suspeito de assassinar a própria mãe. O crime ocorreu em 12 de março de 1992. Na ocasião, Paulo tinha 18 anos e atacou Neuza assim que ela chegava de uma caminhada no Parque da Cidade.
Ele pensou se tratar de um ladrão e a matou a facadas, mesmo ela dizendo: “Filho, não faz isso. Eu sou sua mãe”. Logo depois, Paulinho, como era tratado na ocasião, usou uma corda para enforcar a vítima e colocou fogo no corpo de Neuza. Tentou apagar, mas já era tarde demais.
Depois, Paulo saiu de casa e quem encontrou o corpo de Neuza foi o marido da vítima, também chamado Paulo, que morreu em fevereiro deste ano de falência múltipla dos órgãos. O acusado pelo crime é funcionário concursado do Metrô e está afastado por problemas psicológicos.
Mãe da criança
Segundo a polícia, a família de Tatiana da Silva, 30, mãe de Bernardo, não tinha conhecimento de que o homem matou a própria mãe. Ao Metrópoles, nesta quarta, ela resumiu o sentimento que consome seu peito. “É uma dor que faz o peito, a barriga e as costas doerem. Não passa. Só alivia quando eu choro. Não quero ver e nem falar com ele. Fez isso por causa de dinheiro, porque pedi pensão. É vingança”, destacou.
Para mais informações sobre o caso, acesse Metrópoles.







