Berlim trabalha para regular toda a cadeia de suprimentos da cânabis, desde o cultivo até o consumo, como prometido pela coalizão governamental. Mas o processo é longo e complexo, e ativistas exigem descriminalização já.
A maconha está nas bocas na Alemanha, não apenas no dia a dia, mas também na política. Do contrato de coalizão governamental dos partidos Social-Democrata (SPD), Verde e Liberal Democrático (FDP) consta, claramente: “Introduziremos a distribuição controlada de cânabis a adultos para fins recreativos em estabelecimentos licenciados”.
Para traduzir essas palavras secas em política prática, contudo, é preciso saltar numerosos obstáculos. Sob a liderança do Ministério da Saúde, a questão envolve praticamente todas as pastas do governo federal, exceto a da Defesa, como explica o encarregado federal para questões de dependência e drogas, Burkhard Blienert: “Passa pela agricultura, proteção de menores, polícia, e não para nos aspectos tributários, nem de longe.”
A inclusão de tantas instâncias torna complexo o processo legislativo: “Justamente, não é uma lei de uma única casa, mas diversos pontos precisam ser harmonizados entre si. A meta é uma construção coerente, garantindo a proteção da saúde e dos menores de idade.”