A deputada Alessandra Campêlo (Podemos) barrou terça-feira, 09, o acesso aos microfones da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) ao escrivão Jaime Lopes dos Santos Filho, presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Amazonas (Sinpol-AM).

O episódio aconteceu durante cessão de tempo convocada pelo deputado estadual Dan Câmara (Podemos) para abordar o pagamento da data-base das forças de segurança pública, presidida pela parlamentar.

“Agressores de mulheres não terão vez no plenário”, advertiu Alessandra Campêlo enquanto encerrava a sessão, sem deixar de lembrar sua bandeira de luta em defesa da mulher e das acusações de agressão física e lesão corporal contra o escrivão de polícia ocorridas em 2019.

Segundo a parlamentar, Jaime Lopes teria sido preso agredir uma mulher em uma casa de shows.

Jaime Lopes, no entanto, negou as acusações e afirmou que não possui qualquer condenação perante a Justiça.

Em nota de repúdio assinada pelas entidades representativas dos servidores das Polícias Civis e Militares e Bombeiros Militares, a atitude da deputada foi considerada “autoritária” e “sem justificativa”.

Veja a nota na íntegra

“Em que pese estejamos num cenário de negação dos direitos dos agentes de segurança pública no Estado do Amazonas, temos um trabalho sólido, responsável e histórico em defesa dos interesses e direitos dos Policiais Civis, objetivando o fortalecimento institucional e a contemplação do interesse público. Com esse sentimento, no dia 09/04/2024 (terça-feira), pela manhã, todos os representantes classistas tanto da PC quanto da PM e BM seguiram para a ALEAM a fim de acompanharem uma cessão de tempo proposta pelo Deputado Comandante Dan para expor e discutir o não cumprimento de direitos das categorias representadas e, por conseguinte, cobrar a regularização desses temas por parte do Governo, com ênfase nas data-bases. Entretanto, fomos surpreendidos pelo cerimonial ao sermos informados que a Deputada Alessandra Campêlo havia determinado que eu fosse impedido de falar, mesmo eu sendo o legítimo representante dos Policiais Civis, por presidir o SINPOL/AM. Os representantes classistas entenderam como inconcebível que sentimentos pessoais prejudiquem carreiras tão relevantes para o serviço público e os presentes lamentaram demasiadamente que atos antirepublicanos sejam adotados por quem esteja na condição de presidir uma cessão de tempo na Casa Povo. Quanto às acusações infundadas que tentaram tirar o foco da falta de urbanidade da Parlamentar, destaco que apesar de muito transtorno que já tive, preteritamente, já consegui provar que não agredi ninguém, tanto que não há nada na ocasião do 12° DIP que sequer versa sobre lesão corporal, inclusive, no caso suscitado os autos já foram arquivados e não possuo qualquer tipo de condenação. Acredito que a Deputada precise estudar acerca dos princípios basilares da administração pública, das leis penais e lembre que condutas autoritárias e ofensivas sem qualquer justificativa plausível podem caracterizar a quebra de decoro”.

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