Diferente do presidente do Cidadania, Roberto Freire, que declarou apoio incondicional ao ex-presidente Lula na eleição de segundo turno, o líder do partido na Câmara dos Deputados, Alex Manente (SP), afirmou nesta terça-feira que a bancada discorda do apoio.
Alex Manente defende uma posição de neutralidade, como já adotada no Congresso, em relação ao governo Bolsonaro (PL).
“Estou defendendo essa neutralidade porque acho que o debate no Brasil foi de péssimo nível. Foi dos piores que já assisti na vida. Passamos o primeiro turno sem debater os problemas do país, apenas esse apelo pelo veto ao outro candidato. A gente só fortalece, com essa posição [do diretório nacional do Cidadania], esse sentimento no país”, disse Manente.
A Executiva nacional do Cidadania decidiu nesta terça-feira, por 16 votos a 3, declarar apoio à candidatura de Lula no segundo turno. Na primeira etapa da campanha, a sigla fez campanha pela eleição da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a Presidência.
O presidente do partido, Roberto Freire, disse que a sigla provavelmente será oposição a um governo Lula, mas que Bolsonaro traz “riscos ao processo democrático e o estado democrático de direito”. “Bolsonaro, nesses quatro anos, demonstrou sua total falta de respeito às instituições democráticas”, afirmou.
Manente, contudo, disse não ver esses riscos à democracia e que o Congresso terá o papel de garantir a manutenção dos princípios constitucionais no Brasil. “Falar, no meio de uma disputa eleitoral, de golpe de Estado não faz sentido. Não tivemos nenhum indício, durante todo o primeiro turno, de que haveria golpe de Estado. Por enquanto, está sendo respeitado em todos os níveis a vontade a vontade do povo”, afirmou.