Diz o ditado que se opinião fosse coisa boa a gente vendia, não dava. Mas, deixando de lado os ditos populares, todos nós acabamos por nos deixar levar pelas opiniões – nossas ou dos outros – para o bem ou para o mal.

Existem até empresas que vivem de fazer pesquisas de opinião.

A Quaest, por exemplo, fez uma dessas pesquisas e perguntou na lata para os manauaras “quem foi o melhor e o pior prefeitos de Manaus?”.

Pois bem, sem ganhar nada com isso a maioria cravou Amazonino Mendes (o criador) como o ‘melhor’ e o Alfredo Nascimento (criatura)como ‘pior’.

Discutir opinião é coisa para relações públicas, que vive de trabalhar as imagens de pessoas físicas e jurídicas. Porque se há uma coisa que as pessoas gostam de fazer é propagar notícias.

Tenham elas fundo de verdade ou não, a verdade dos fatos acabam prevalecendo, mas dá um trabalho danado. Existe até um neologismo que está “quebrando a cabeça” dos propagadores de notícias: fake News. Ou notícias falsas.  

Voltemos às opiniões dos manauaras sobre o pior e o melhor e o pior prefeitos de Manaus. 

Amazonino Mendes – o Negão, como gostava de ser chamado – surgiu, digamos assim, do nada, em 1982, pelas mãos do “boto navegador”, Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo.  

Até então era um ‘ilustre’ desconhecido.

Prefeito nomeado, sem voto, inventou o ‘asfalto político’, ou seja, aquela camada sem-vergonha de 2 centímetros sobre chão batido apenas e tão somente pro caboclo ‘tirar o pé da lama’.

Asfalto eleitoreiro. Dura até o próximo inverno.

Fechadas as urnas, em 1986, Amazonino ‘passou a perna’ naquele que se dizia ser o “próximo”, ou seja, o professor Manoel Ribeiro, que acabou se elegendo prefeito de Manaus em 1985 e cassado pelo Amazonino dois anos depois.

Foi aí que surgiu a figura do Alfredo Nascimento ou ‘cabo Alfredo’.

Amazonino, que “asfaltou” toda Manaus e criou o bordão do ‘amar Amazonino’, se elegeu governador do Estado em 1986 e tratou de sacar o Manoel Ribeiro – seu desafeto – da Prefeitura de Manaus e no seu lugar amanhou Alfredo Nascimento como interventor. 

Amazonino – justiça lhe seja feita – inaugurou uma nova era de construções de prédios públicos mais modernos, serviços concentrados em lugares de fácil acesso ao povo, assistencialismo desbragado, bordões agressivos para ‘fisgar’ os eleitores do interior, do tipo “Terceiro Ciclo”, distribuindo motosserras e outros implementos babados mais pros caboclos desmatarem à vontade, preocupações com ‘meio ambiente’, essas tranqueiras

Com isso, se elegeu senador em 1990, prefeito de Manaus em 1992, governador novamente em 1994, se reelegeu em 1998.

Em outras palavras, foi um político de grande sucesso.

Não é à toa que o Manauara o tenha como ‘melhor prefeito de Manaus’.

Já a figura ‘acessória’ de Alfredo, este chegou em Manaus como cabo controlador de voo da Aeronáutica no Aeroporto Eduardo Gomes.

Se inseriu nos alpendres e alcovas do Negão, descascando tucumã a torno e a direto… enfim, puxando-lhe o saco com grande sucesso.

Foi alçado a prefeito interventor da Prefeitura de Manaus no lugar de Manoel Ribeiro.

Depois ocupou o cargo de Secretário de Fazenda do Amazonino, Superintendente da SUFRAMA e prefeito eleito de Manaus.

Uma trajetória espetacular para um ‘estrangeiro’ do Rio Grande do Norte.

Sua administração como prefeito de Manaus descambou para o puro assistencialismo, do tipo “Tudo pelo social”.

Suas “realizações” de infraestrutura não passaram de propaganda eleitoral, à exemplo do corredor exclusivo de ônibus.

Contudo, tem a seu favor as desapropriações feitas na Av. Constantino Nery, preparatórias para o corredor exclusivo de ônibus.

Alfredo pode dividir essa ‘taça’ com vários sucessores.  

As intervenções mais interessantes para desafogar o trânsito de Manaus deu-se na administração de Omar Aziz com a Avenida das Torres (José Lindoso) e a Avenida das Flores de Wilson Lima. 

David Almeida também andou fazendo alguma coisinha nessa área, mas nada de tão relevante. 

Talvez por isso tenha sido poupado da opinião mais ácida dos Manauaras.

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