Foto: Agência O Globo

As passagens aéreas foram o maior responsável individual para a alta do IPCA-15 de novembro. Os preços dos bilhetes subiram 19,03%, um impacto de 0,16 ponto percentual no índice do mês que fechou em 0,33%. A taxa representa uma aceleração frente ao dado de outubro (0,21%) e ficou acima do consenso do mercado que projetava uma alta de 0,30%. No entanto, o mercado mantém a aposta na continuidade da redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros da economia, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central marcada para os dias 12 e 13 de dezembro.

Isto porque, apesar da pequena aceleração, nada indica uma tendência de alta de preços a longo prazo. A inflação de novembro refletiu, principalmente, pela alta de produtos e serviços afetados pela sazonalidade. Além das passagens aéreas, pesaram sobre o índice, por exemplo, os produtos in natura.

Por isso se diz que a inflação mantém uma trajetória benigna, pois não há nenhuma indicação de tendência aumento generalizado. E mesmo esses itens que subiram seja pela redução da oferta, casos de produtos in natura, afetados pelo forte calor e as chuvas na mudança de estação, ou das passagens, pelo aumento de demanda na proximidade das férias, a tendência é que cedam num momento seguinte – explica André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV IBRE.

No grupo Alimentação e bebidas, que teve alta de 0,82%, a alimentação no domicílio subiu 1,06% em novembro, após cinco quedas consecutivas. Contribuíram para esse resultado as altas da cebola (30,61%), batata-inglesa (14,01%), arroz (2,60%), frutas (2,53%) e das carnes (1,42%). A alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou resultado similar ao de outubro (0,21%).

Alexandre Maluf, economista da XP, chama atenção para o fato de que as principais métricas vieram em linha com as expectativas, não alterando a visão para o processo benigno de desinflação de curto prazo no Brasil.

“Em nossa opinião, o IPCA-15 de novembro reforça a mensagem anterior: o processo de desinflação no Brasil está em curso. Continuamos a argumentar que, se não fosse o atual estresse nas taxas de juros dos EUA, o BCB provavelmente teria espaço para acelerar o ritmo de cortes na taxa de juros. Mantemos nossa previsão de 4,5% para o IPCA de 2023 e 3,9% para o IPCA de 2024”, diz a análise de Maluf.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, projeta que o IPCA termine 2023 em 4,8%, evoluindo para 5,5% em 2024. A expectativa da economista é de cortes de 0,5 ponto percentual nas reuniões do Copom em dezembro e janeiro do ano que vem, com a projeção da Selic em 11,75% ao fim de 2023 e em 9,25% em dezembro de 2024.

Na avaliação de Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos, a perspectiva é de melhora para os índices de preços dos próximos anos, “diante dos sinais de desaceleração na atividade econômica nos Estados Unidos e de uma melhora na inflação local, tanto global quanto domésticas”. Para Saadia esse cenário poderia levar o Copom a acelerar o ritmo de corte de 0,50 para 0,75 pontos a cada reunião.

Com informações de: O Globo

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