A jornalista Thalys Alcântara publicou neste domingo, 23, no Metrópoles, informações sobre uma espécie de doutrinação para levar para a Turquia jovens saídos das diferente aldeias distribuídas no município de São Gabriel da Cachoeira.

Dezenas de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia indígenas, segundo o conteúdo do site, foram catequizados por Abdulhakim Tokdemir, chefe de um determinado grupo islâmico, em nome de alá.

De acordo com o site,  a suposta doutrinação foi descoberto por acaso, por uma professora de uma “grande” escola de Manaus.

Ao reunir com uma turma de formandos do ensino médio para tratar dos próximos passos a serem dado pela alunada, a professora foi surpreendida por uma declaração de um indígena:  “o tio falou que ano que vem a gente já vai para a Turquia”.

Segundo o Metrópoles,  tio Abdulhakim Tokdemir que atraia dezenas de crianças  para o islã.  

A estranha relação de Abdulhakim Tokdemir com os indígenas foi parar na Polícia Federal. Levadas para uma espécie de internato, adolescentes foram retirados do local para PF. Na ocasião,  Abdulhakim Tokdemir estava na cidade turca de Malatya.

Para o líder da associação, tudo não passou de uma grande confusão, porque os três assistentes que cuidavam da Asham em sua ausência não sabem falar bem português.

“Eles ficaram assustados. Quando os policiais perguntaram, eles (turcos) não conseguiram responder. Aí já cria dúvida”, defende Tokdemir, com um forte sotaque turco.

Ao ser questionado sobre o objetivo de doutrinar os adolescentes indígenas, o diretor da Asham disse que as rezas e leituras do Alcorão eram apenas por parte dos assistentes da instituição, não sendo obrigatório aos adolescentes e crianças.

Em um relatório de março de 2022, a Polícia Federal escreveu que, “apesar da denúncia, não ficou superficialmente demonstrado no local possível tráfico internacional de crianças e adolescentes para a Turquia”.

O relatório, no entanto, informou sobre insuficiência documental e “cruciais divergências” no depoimento de Abdulhakim Tokdemir com as narrativas de outras pessoas envolvidas.

Como a PF não encontrou transnacionalidade da suposta conduta delitiva, o caso acabou voltando para a mesa da titular da DPCA.

“A gente reiniciou essa investigação, ouvindo pessoas, acrescentando informações, para que, assim que tiver o mínimo de indício de que há uma conduta criminosa por trás, a gente tome as providências judiciais cabíveis. Isso tudo nos intriga bastante, mas ainda falta conseguir puxar um fio para identificar qual a finalidade dessa doutrinação”, pontua a delegada Joyce Coelho.

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