Manaus recebeu, na noite da última sexta-feira (3/10), a Oficina de Elaboração de Projetos Culturais de Preservação e Salvaguarda do Patrimônio, iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) voltada a agentes culturais, detentores do patrimônio, educadores, comunidades tradicionais, produtores e trabalhadores do patrimônio cultural interessados em acessar oportunidades de fomento.

A capacitação foi ministrada pela gestora cultural e coordenadora-geral de Fomento e Economia do Patrimônio do Departamento de Articulação, Fomento e Educação do Iphan, Clara Marques, no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Participaram representantes de diversos segmentos culturais, como capoeira, maracatu, audiovisual, dança, choro, comunidades de terreiro de matrizes africanas, pesquisadores, além de instituições de ensino e agentes do poder público com atuação na área.

Fomento e capacitação
O objetivo da oficina foi capacitar os participantes no desenvolvimento de projetos culturais voltados à preservação e salvaguarda do patrimônio, orientando-os sobre o passo a passo para a captação de recursos junto a editais públicos e privados, leis de incentivo, Política Nacional Aldir Blanc e demais mecanismos de fomento disponíveis nos âmbitos federal, estadual e municipal.

De acordo com levantamento do Observatório Ibira 30, em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), o bairro de Pinheiros (SP) captou, entre 2014 e 2023, mais recursos via Lei Rouanet do que todas as regiões Norte e Nordeste juntas, cenário que reforça a importância de iniciativas de formação como esta.

“Precisamos incentivar que mais grupos do Amazonas tenham acesso aos editais e a esses recursos. Existem ótimas iniciativas na área do patrimônio cultural no estado que acabam sendo barradas na fase de projeto por falta de orientação técnica. Nosso papel é mudar essa realidade, democratizando o acesso ao fomento”, destacou a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.

A coordenadora Clara Marques reforçou que muitos projetos deixam de ser contemplados por inconsistências técnicas e inadequações aos editais. “É essencial que o projeto esteja alinhado com o edital ao qual será submetido. Ele precisa ser claro, objetivo e coerente em todas as etapas – do planejamento à planilha orçamentária. A falta de atenção a esses detalhes pode comprometer o resultado final”, alertou.

Interior do Amazonas também participou
Para ampliar o alcance da ação, a oficina também foi transmitida de forma online na manhã do sábado (4/10), permitindo a participação de agentes culturais e representantes de comunidades do interior do Amazonas.

A iniciativa integra as ações do Iphan voltadas à formação e fortalecimento de redes locais de preservação, estimulando o protagonismo de comunidades e fazedores de cultura na captação de recursos e na sustentabilidade das ações de salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro.

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