A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central nesta terça-feira (18), acendeu um alerta entre estados e municípios que possuem aplicações previdenciárias na instituição. Segundo dados do Ministério da Previdência, 18 entes federativos, incluindo o Estado do Amazonas, têm recursos de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) investidos em letras financeiras do banco. Ao todo, o montante exposto soma R$ 1,86 bilhão, que agora pode enfrentar risco de perdas.

O Amazonas aparece na lista com R$ 50 milhões aplicados, valor abaixo de outras unidades federativas, como o Rio de Janeiro, que concentra sozinho R$ 970 milhões, quase metade de todo o montante. O Amapá também figura entre os mais expostos, com R$ 400 milhões.

Lista completa de entes com recursos no Banco Master

  • Angélica (MS): R$ 2 milhões
  • Aparecida de Goiânia (GO): R$ 40 milhões
  • Araras (SP): R$ 29 milhões
  • Cajamar (SP): R$ 87 milhões
  • Campo Grande (MS): R$ 1,2 milhão
  • Congonhas (MG): R$ 14 milhões
  • Estado do Amapá (AP): R$ 400 milhões
  • Estado do Amazonas (AM): R$ 50 milhões
  • Estado do Rio de Janeiro (RJ): R$ 970 milhões
  • Fátima do Sul (MS): R$ 7 milhões
  • Itaguaí (RJ): R$ 59,6 milhões
  • Jateí (MS): R$ 2,5 milhões
  • Maceió (AL): R$ 97 milhões
  • Paulista (PE): R$ 3 milhões
  • Santa Rita D’Oeste (SP): R$ 2 milhões
  • Santo Antônio de Posse (SP): R$ 7 milhões
  • São Gabriel do Oeste (MS): R$ 3 milhões
  • São Roque (SP): R$ 93,15 milhões

Banco Central aponta irregularidades e crise de liquidez

Ao anunciar a liquidação, o Banco Central citou grave crise de liquidez, além de violações às normas do sistema financeiro. A instituição tinha patrimônio líquido de R$ 3,2 bilhões e administrava um volume expressivo de ativos e passivos — R$ 86,4 bilhões e R$ 83,2 bilhões, respectivamente.

A operação que levou à intervenção do BC contou com o apoio da Polícia Federal, que cumpriu sete mandados de prisão (cinco preventivas e duas temporárias) e 25 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas ligadas ao banco, além da apreensão de carros de luxo, obras de arte e relógios de alto valor.

Amazonas garante segurança dos recursos previdenciários

Apesar da exposição, o Governo do Amazonas afirmou que não há risco para aposentados e pensionistas. O governador Wilson Lima informou à Rede Amazônica que a Secretaria da Previdência já fez uma varredura em todos os contratos e operações relacionadas ao Master.

“Não há risco para os segurados. O dinheiro dos aposentados e pensionistas está garantido na Amazonprev”, afirmou o governador.

Em nota, a Amazonprev reforçou que a aplicação realizada por meio de fundo administrado pelo banco não compromete o pagamento dos benefícios, destacando que a instituição possui receita suficiente para honrar todas as obrigações.

Impacto nacional ainda será avaliado

Com quase R$ 2 bilhões expostos, o Ministério da Previdência analisa o impacto da liquidação sobre os regimes próprios de estados e municípios. Até o momento, não há previsão oficial sobre eventual recuperação de créditos ou medidas compensatórias.

 

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