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Organizações ambientalistas reagiram, nesta terça-feira (18/2), ao anúncio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de que o Brasil aceitará o convite feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para aderir à “carta de cooperação”.
Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, avalia que a adesão do Brasil coloca em risco o papel de liderança climática do país às vésperas da COP30. “No mundo atual, essa é uma liderança que precisamos muito”, enfatiza. A Conferência do Clima das Nações Unidas ocorrerá em Belém (PA), em novembro deste ano.
“Em ano de COP30 no Brasil, de 10 anos do Acordo de Paris e em meio a mais uma onda brutal de calor e recordes sucessivos de temperatura, o Brasil vai na contramão ao buscar integrar a Opep+, um grupo que funciona como um cartel do petróleo e que trabalha para sustentar preços lucrativos por meio do controle da oferta”, critica Camila.
Para a coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo, o ministro “colocou mais um prego no caixão da transição energética brasileira” ao anunciar a adesão à Opep+. “É mais um sinal de retrocesso do governo. Continuar a abrir novas áreas de exploração de fósseis em meio ao calorão que estamos sentindo (…), denota negacionismo e indica que escolhemos soluções do passado”, afirma.
WWF-Brasil: “Governo aposta em modelo obsoleto”
Outra organização ambiental que se manifestou foi a WWF-Brasil, que classificou a decisão do governo brasileiro como algo “extremamente preocupante”, pois reforça os sinais de aposta “em um modelo obsoleto de desenvolvimento, baseado na queima de combustíveis fósseis.”
Com informações de Metrópoles