Foto: EFE/EPA/Ali Haider

Um homem foi morto pelas forças de segurança do Irã, nesta quarta-feira, depois de supostamente comemorar a vitória dos Estados Unidos sobre o país árabe na Copa do Mundo do Catar. A vítima foi identificada como Mehran Samak, de 27 anos, e era amigo de Saeid Ezatolahi, meio-campista da seleção iraniana.

A informação foi divulgada pelas organizações Centro para Direitos Humanos do Irã e Iran Human Rights (IHR), que monitoram os protestos que vêm ocorrendo no país nos últimos meses. Ezatolahi também lamentou a morte do amigo com uma postagem nas redes sociais.

Saeid Ezatolahi publicou homenagem ao amigo Mehran Samak, morto pelas forças de segurança do Irã, nas redes sociais.
Saeid Ezatolahi publicou homenagem ao amigo Mehran Samak, morto pelas forças de segurança do Irã, nas redes sociais. 

“Depois da derrota amarga da noite passada, a notícia de sua morte incendiou meu coração”, escreveu Ezatolahi em uma mensagem no Instagram, na qual se referiu a Samak como um “amigo de infância”. “Chegará o dia em que as máscaras cairão e a verdade será descoberta. Não é o que nós, jovens, merecemos. Isto não é o que a nossa nação merece”, acrescentou o jogador.

Mehran Samak foi assassinado após buzinar de seu carro, em Bandar Anzali, uma cidade na costa do Mar Cáspio, ao noroeste da capital Teerã. Segundo os grupos de direitos humanos. Segundo a IHR, a vítima “foi um alvo deliberado’’. As forças de segurança atiraram nele na cabeça”. A instituição divulgou um vídeo de seu enterro em Teerã, nesta quarta-feira, no qual podia-se ouvir gritos de “Morte ao ditador!”.

O Irã vive uma onda de protestos desde a morte, em setembro, da jovem Mahsa Amini, após ser presa supostamente por ter violado o rígido código de vestimenta do país. A seleção teve recepção tímida em Teerã na manhã desta quarta-feira.

Os protestos tiveram apoio dos jogadores iranianos na Copa. O time não cantou o hino de seu país antes da partida contra a Inglaterra. Horas antes do jogo contra os Estados Unidos, segundo a CNN, os atletas foram informados que suas famílias foram ameaçadas de morte.

Segundo a imprensa internacional, mais de 300 pessoas foram mortas por repressão policial por causa dos protestos. Outras duas mil foram acusadas de vários crimes por participação neles, dos quais seis foram condenados à morte.

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