
Documentos recentemente divulgados do espólio de Jeffrey Epstein levantaram novas questões sobre o relato então príncipe Andrew sobre sua amizade com o falecido criminoso sexual e suas negações das alegações feitas por sua acusadora Virginia Giuffre.
O ex-príncipe disse a Epstein e à condenada por tráfico sexual de menores Ghislaine Maxwell que estava esgotado quando foi informado, há 14 anos, que um jornal britânico publicaria uma matéria sobre o caso.
Uma nova série de documentos fornecidos pelo espólio de Epstein, alguns dos quais também mencionavam o presidente dos EUA Donald Trump, foi divulgada pelo Comitê de Supervisão da Câmara dos EUA na quarta-feira (12).
Entre os milhares de documentos estava a conversa por email de março de 2011, na qual Andrew repetidamente implorava ao casal para deixar claro que ele não tinha envolvimento nas supostas atividades.
“Por favor, certifiquem-se de que cada declaração ou carta jurídica afirme claramente que eu NÃO estou envolvido e que não sabia e não sei NADA sobre essas alegações”, escreveu Andrew a Epstein. “Não aguento mais isso do meu lado.”
As mensagens foram enviadas meses depois que Andrew alegou ter rompido todos os laços com Epstein.
No que parece ser uma troca de emails separada entre o ex-Duque de York e Maxwell no mesmo dia, discutindo uma resposta à consulta da imprensa do jornal Mail on Sunday, ele escreveu:
“Ei! O que é isso tudo? Não sei nada sobre isso! Vocês PRECISAM dizer isso, por favor. Isso não tem NADA a ver comigo. Não aguento mais isso.”
Andrew enviou suas mensagens após receber de Epstein um email do jornal solicitando direito de resposta, no qual ele era mencionado em várias alegações.
O email alegava que uma mulher, cujo nome foi removido nos documentos divulgados, trabalhou como massagista para Epstein e conheceu e teve relações sexuais com Andrew na casa de Maxwell em Londres em 2001.
O documento alegava que a massagista encontrou Andrew novamente na residência de Epstein em Nova York, onde ela e outra garota foram orientadas por Maxwell a sentarem no colo dele, e ele as apalpou antes de Maxwell orientar as garotas a terem relações sexuais com ele.
Virginia Giuffre
Os e-mails parecem se referir às alegações de Virginia Giuffre, que falou extensivamente sobre os anos em que foi vítima de tráfico sexual, supostamente por Epstein e Maxwell.
Maxwell foi condenada por tráfico sexual em 2022 e cumpre pena de 20 anos.
Giuffre, uma das principais acusadoras de Epstein que morreu por suicídio em abril, afirmou repetidamente que foi forçada a ter relações sexuais com Andrew quando era menor de idade em três ocasiões – em Londres, Nova York e em Little St. James.
Ela alegou que o terceiro encontro foi “uma orgia” na ilha de Epstein com o financista e “aproximadamente outras oito garotas” que “aparentavam ter menos de 18 anos e mal falavam inglês”, conforme detalhado em suas memórias póstumas.
Ela afirmou que o então príncipe sabia que ela era menor de idade nos EUA quando foram apresentados.
Andrew sempre negou todas as acusações contra ele.
“Não tenho nenhuma lembrança de ter conhecido essa senhora, absolutamente nenhuma”, disse Andrew à BBC em uma entrevista televisiva em 2019.
Na mesma ocasião, ele afirmou que visitar Epstein em 2010 foi uma “decisão errada” e que se arrependia de ter agido de maneira “inadequada”.
Com informações de CNN Brasil.










