A secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), Anne Moura, não é a única mulher a sofrer pressões para abrir mão de sua pré-candidatura à sucessão municipal nas próximas eleições em favor de candidatos homens.

À exemplo das deputadas Luizianne Lins e Larissa Gaspar, que retiraram suas candidaturas neste domingo, 21, segundo a Folha de S.Paulo, edição desta segunda-feira, 22, em prévias que decidiram pelo nome do deputado estadual Evandro Leitão, egresso do PDT e filiado ao PT em dezembro de 2023.

Anne Moura ainda não desistiu, mas enfrente acirradas disputas internas no partido.

Hoje, depois de um ano como pré-candidata, conforme revelou a Folha, Anne se vê emparedada por uma articulação nacional responsável pela gestação da pré-candidatura do ex-deputado Marcelo Ramos, recém-filiado ao PT.

“Colocaram cinco homens como pré-candidatos pelo partido, quando nenhum deles era candidato de verdade. Fizeram isso só para evitar que eu fosse escolhida, vejo isso como uma forma de violência política de gênero”, afirma Moura, que comanda no PT o projeto Elas por Elas de incentivo a candidaturas femininas.

Segundo a Folha de S. Paulo, o PT é o partido com mais pré-candidaturas femininas nas capitais. No total são 10 mulheres que se apresentaram para a disputa, sendo que 5 tiveram os nomes sacramentados Maria do Rosário (Porto Alegre), Aseiana Accorsi (Goiânia), Camila Jara (Campo Grande), Natália Bonavides (Natal) e Candisse Matos (Aracaju).

Nas eleições de 2020, apenas 12% dos prefeitos eleitos eram mulheres, segundo levantamento do Instituto Alziras, organização que se dedica a ampliar e fortalecer a presença de mulheres na política e na gestão pública.

 Dentre as capitais, apenas uma mulher foi eleita: Cinthia Ribeiro (PSDB), em Palmas (TO).

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