
A secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores (PT), Anne Moura, divulgou uma nota na tarde desta segunda-feira (10) para esclarecer a polêmica gerada após declarações registradas em uma gravação divulgada pelo Estadão. Segundo Anne, suas palavras foram distorcidas com o objetivo de prejudicar sua imagem e desmerecer sua atuação política.
No comunicado, Anne Moura defendeu sua trajetória de mais de duas décadas na luta por causas sociais e afirmou que sua atuação é voltada para a melhoria da população, especialmente no Amazonas, seu estado de origem.
Ela também destacou a credibilidade do Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (IAJA), entidade que teria sido citada nas gravações. Segundo a secretária, o IAJA atua há mais de 10 anos em projetos sociais sem registros de irregularidades e foi selecionado para gerir um Comitê de Cultura devido ao seu histórico de eficiência e transparência.
Posicionamento sobre as gravações
Anne Moura negou conhecimento sobre a transcrição da gravação citada pelo Estadão, na qual supostamente teria conversado com o ex-presidente do IAJA, Marcos Rodrigues. Ela confirmou que se reuniu com ele, mas afirmou que nunca interferiu na gestão administrativa do Comitê de Cultura do Amazonas.
A secretária também criticou a condução do ex-presidente, apontando que ele teria tratado o projeto de forma personalista e tomado decisões unilaterais sem consultar os demais membros do IAJA e do Comitê de Cultura. Segundo Anne, isso gerou questionamentos dentro da entidade e foi um dos fatores que levaram à destituição dele do cargo.
Principais pontos da defesa de Anne Moura
- Participação de artistas na gestão cultural – Anne Moura reiterou que os Comitês de Cultura devem priorizar o acesso democrático às atividades culturais, independentemente de preferência política ou partidária. Segundo ela, essa posição foi exposta e não imposta, como teria sido sugerido pelo ex-dirigente do IAJA.
- Gestão polêmica do ex-presidente do IAJA – A secretária acusou Marcos Rodrigues de tomar decisões sem consultar o Conselho Fiscal ou os demais associados. De acordo com Anne, ele foi cobrado internamente por sua conduta e não apresentou prestação de contas adequadas.
- Denúncias contra o ex-presidente – Segundo Anne Moura, além da falta de transparência na gestão, Marcos Rodrigues foi alvo de diversas denúncias de assédio moral contra membros e colaboradores do IAJA. Essas acusações foram registradas em boletins de ocorrência e resultaram em sua exclusão da entidade.
Ações legais
Anne Moura finalizou a nota afirmando que adotará todas as medidas legais para provar a lisura de seus atos e responsabilizar aqueles que, segundo ela, estão promovendo ataques infundados com interesses pessoais.
“Tenho mais de 20 anos dedicados à luta do povo e nunca estive ligada à prática de nenhuma ilicitude. Adotarei os caminhos legais para comprovar a lisura de meus atos e de cobrar a punição para pessoas que estão descompromissadas com a verdade e focadas apenas em projetos pessoais de poder”, declarou Anne Moura.
A polêmica segue repercutindo no meio político e cultural, enquanto o Ministério da Cultura prossegue com as apurações sobre o funcionamento dos Comitês de Cultura no Amazonas.