Juliana Leite Rangel, de 26 anos, atingida por um tiro de fuzil na cabeça durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Duque de Caxias (RJ), na véspera de Natal, recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (6/2), após 45 dias internada.
Mesmo assim, a jovem deve dar seguimento aos tratamentos médicos no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN).
A PF informou ao Metrópoles que fez, com a presença da PRF, a reconstituição da abordagem ao veículo em que Juliana estava com a família. Os investigadores da PF percorreram um trecho de 300 metros da BR-040, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A reconstituição durou cerca de 2 horas.
Os policiais rodoviários federais Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes, responsáveis pela abordagem contra a família de Juliana, prestaram depoimento.
Relembre o caso
Na noite de véspera de Natal, 24 de dezembro, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, junto com o pai, a mãe, o irmão e a cunhada, seguia até a casa de uma das irmãs para a ceia.
Entretanto, ao passar pela rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, todos foram surpreendidos por policias rodoviários federais, que efetuaram disparos de arma de fogo contra o carro da família.
Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na nuca, e o pai, na mão. De acordo com a mãe de Juliana, Dayse Rangel, de 49, os PRFs Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes, envolvidos na abordagem, acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Porém, ao perceber a aflição de Dayse, os policiais teriam se desesperado.
“Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram”, relembra Dayse.
Juliana foi socorrida por policias militares que passavam no local e levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, onde ficou internada por 45 dias.
Ao Metrópoles a mãe de Juliana relatou que os policiais atiraram contra a família para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido. “Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou, mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou.
Segundo a mãe, os policiais, em nenhum momento, pediram para o carro da família parar.
Os policiais foram afastados das atividades operacionais por um período de 30 dias e serão investigados pelo Ministério Público Federal (MPF).
Com informações de Metrópoles