Foto: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os ex-mandatários democratas Barack Obama e Joe Biden de terem “rebaixado os padrões” do serviço aéreo no país, ao comentar o acidente fatal entre um avião de passageiros e um helicóptero militar no espaço aéreo de Washington, ocorrido na noite de quarta-feira (12). A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, onde Trump relacionou o acidente a políticas de diversidade adotadas nas Forças Armadas durante as administrações democratas, destaca O Globo. 

O acidente, que envolveu um Bombardier CRJ700 da American Airlines e um helicóptero Sikorsky UH-60 Black Hawk do Exército dos EUA, resultou na morte de todas as 67 pessoas a bordo das aeronaves, incluindo três militares. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, classificou o ocorrido como “absolutamente trágico” e informou que as causas ainda estão sendo investigadas.

Sem apresentar provas, Trump sugeriu que mudanças promovidas nas administrações democratas podem ter contribuído para o acidente.

“Desenvolvemos apenas os mais altos padrões para aqueles que trabalham em nosso sistema aéreo. Eu mudei os padrões de [Barack] Obama, que eram muito medíocres, para extraordinários”, afirmou Trump. “Eles têm que ter o mais alto intelecto, e pessoas psicologicamente superiores foram autorizadas a se qualificar como controladores de tráfego aéreo. Isso não era assim antes de eu chegar lá. Quando deixei o cargo e Biden assumiu, ele mudou de volta para níveis mais baixos do que nunca.”

O ex-presidente também citou um artigo de janeiro de 2017 que mencionava incentivos à diversidade na Força Aérea americana, incluindo a contratação de pessoas com deficiências intelectuais e psiquiátricas graves. “Isso é inacreditável”, declarou.

A Associação Nacional de Controladores de Voo reagiu às declarações de Trump, classificando como “prematuro especular sobre as causas do acidente” e afirmando que qualquer atribuição de culpa antes da conclusão das investigações é “irresponsável”.

Vídeos publicados nas redes sociais registraram o momento da colisão, seguido por uma explosão e a queda dos destroços no rio Potomac. Um áudio obtido pela CNN mostra que o piloto do helicóptero identificou o avião comercial momentos antes da colisão, mas não há confirmação oficial sobre falha de comunicação entre a torre de controle e as aeronaves.

A aeronave comercial, fabricada há 20 anos, partiu de Wichita, no Kansas, com destino a Washington. O voo 5342 da American Airlines era operado pela PSA Airlines. Já o helicóptero realizava um treinamento em Fort Belvoir, na Virgínia, quando o acidente ocorreu.

Cerca de 300 socorristas foram mobilizados para resgatar possíveis sobreviventes, mas as condições adversas, como frio intenso e ventos fortes, dificultaram os trabalhos. O chefe dos bombeiros de Washington, John Donnelly, informou que 28 corpos já foram recuperados, incluindo um militar.

“Estamos mudando de uma operação de resgate para uma operação de recuperação de corpos. Neste ponto, não acreditamos que haja sobreviventes”, afirmou Donnelly.

O impacto da colisão levou ao fechamento do Aeroporto Nacional Ronald Reagan até pelo menos as 11h desta quinta-feira (13h no horário de Brasília), segundo John Potter, presidente da Autoridade Metropolitana de Aeroportos de Washington.

O CEO da American Airlines, Robert Isom, saiu em defesa dos pilotos do voo 5342, garantindo que eram altamente experientes. “Neste momento, não sabemos por que a aeronave militar entrou no caminho da aeronave PSA”, disse.

A identidade de alguns passageiros já foi confirmada. Entre as vítimas estão os patinadores artísticos russos Evgenia Shishkova, de 52 anos, e Vadim Naumov, de 55, campeões mundiais em 1994.

O último acidente fatal envolvendo uma companhia aérea comercial nos EUA foi o voo 3407 da Colgan Air, que caiu próximo a Buffalo, em 12 de fevereiro de 2009, matando 50 pessoas. No caso da American Airlines, o último desastre ocorreu em novembro de 2001, quando um avião caiu no bairro de Belle Harbor, no Queens, deixando 251 mortos.

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