Veja – Pouco tempo depois de o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ter pedido desculpas devido a duas fotos suas disfarçado com  blackface, ambas divulgadas na quarta-feira 18, a emissora de televisão Global News revelou nesta quinta-feira, 19, um novo vídeo em que ele aparece pulando para a câmera e novamente com o rosto maquiado para parecer negro.

Segundo a Global News, as imagens foram gravadas no início dos anos 1990. No vídeo, Trudeau aparece com o rosto, o pescoço, os braços e as mãos maquiados de preto. Está vestido com uma camiseta branca e jeans rasgados no joelho. Ri, faz caretas e pula, com os braços levantados.

O Partido Liberal, liderado pelo primeiro-ministro, confirmou a autenticidade do vídeo, mas não apontou quem teria gravado as imagens.

Em apenas 24 horas, três situações em que o primeiro-ministro estava maquiado para parecer negro ou árabe vieram a publico. A primeira, divulgada pela revista Time, mostrava Trudeau em uma festa à fantasia em 2001 vestido de Aladdin, quando era professor de uma escola de elite de Vancouver.

Trudeu pediu desculpas pela fantasia, chamando-a de “racista”, e assumiu que não deveria ter se maquiado e fantasiado daquele jeito. “Deveria ter sabido que não era adequado, mas o fiz e realmente sinto muito. Lamento profundamente”, declarou.

Até o momento, nem o Partido Liberal nem o premiê se pronunciaram sobre o vídeo. A revelação das imagens ocorre ao mesmo tempo em que as eleições se aproximam no Canadá. Trudeau busca a reeleição, após uma temporada de impopularidade e de acusações de corrupção dentro de seu gabinete.

Blackface

Fazer o uso de blackface é maquiar-se para parecer uma pessoa de outra etnia. A prática é associada a encenações carregadas de estereótipos ofensivos e racistas.

Nos Estados Unidos, um ator de teatro ficou famoso no século XIX devido a suas atuações com blackface. Seu nome era Thomas D. Rice, que fez sucesso com a música Jump Jim Crow. Rice encenava a canção maquiado para se passar por negro.

O nome da música foi utilizado posteriormente para batizar as leis dos Estados Unidos que restringiam as liberdades e os direitos civis dos afro-americanos. Elas institucionalizaram a segregação racial do sul do país até 1965, quando o Ato de Direitos Civis foi aprovado no Congresso.

Artigo anteriorÉ melhor lavar os olhos com soro fisiológico ou com água boricada? Dr. Luiz Reis responde
Próximo artigoCruzeiro tem parte da venda de Arrascaeta bloqueada pela Justiça