A escolha do nome dos candidatos que comporão como vice as chapas majoritárias para disputa das eleições para o governo do Amazonas tem gerado um amontoado de interpretações mirabolantes. Entre elas – as interpretações, é claro – aparece na crista da onda o nome “do meu melhor amigo”, entre outras cositas mais, bem divertidas.

Nesta quinta-feira, 28, por exemplo, eis que de repente, não mais que de repente, surge com forte estardalhaço o nome do primogênito Armando Mendes como provável vice do papai Amazonino Armando Mendes, primeiro colocado nas pesquisas de intenção de votos como pré-candidato ao governo do Amazonas.

Em uma das publicações sobre repentina notícia o leitor é informado de que o empresário primogênito deverá ser confirmado como vice na convenção da federação PSDB-Cidadania, marcada para sábado (30), na quadra da escola de samba Sem Compromisso, bairro Cidade Nova.

Estranho? Não é, e nem poderia ser. Nem mesmo pela escolha do filhote para compor na chapa do “pai coruja” como vice. Afinal, o que é ser vice numa disputa política. Nada, é a resposta, ou quase nada. Vice não ocupa lugar no tempo e no espaço. Trata-se apenas de mera figura decorativa.

Armandinho é empresário e atua em vários setores econômicos, como o da comunicação social. Uma de suas empresas é a Rádio Mix FM.

Ao contrário do avô Armando, ex-prefeito de Eirunepé e deputado estadual, da tia Marise Mendes, que foi vereadora e política atuante, além do pai, com extenso curriculum marcado pela vida política, Armandinho nunca quis papo com a militância político partidário.

Nem mesmo às posses do pai compareceu. Armandinho sempre se manteve distante todos esses babados – debates, do calor do povo, etc., etc,. etc e tal.  Quem sabe que na condição de cônsul honorário da Espanha não lhe sobrasse tempo para pensar em convenções, comícios e outros achicalhes próprios da política.

A suposta escolha do filhote como vice não obedece a nenhum critério técnico científico e sim o critério do coração. Tanto é assim, que em pesquisa de consumo doméstico, vários nomes foram submetidos à opinião do eleitor e o melhor avaliado foi Marcos Rotta.  Armandinho aparece entre os últimos.

QUANTO À INDICAÇÃO DE ARMANDO MENDES

Pode ser visto como uma estratégia de marketing para sustentar o Negão na ponta das pesquisas, mas a decisão mesmo virá no sábado, quando o pré-candidato Amazonino Mendes vai oficializar sua candidatura ao governo do Amazonas.

Na oportunidade, os convencionais podem referendar o nome do Humberto Michiles ou do Armando Mendes, ambos filiados no PSDB e com isso o Negão cumpre com o que foi acordado com o presidente do PSDB, Arthur Virgílio Neto, aliançado com o Cidadania, partido de Amazonino Mendes.

Da mesma forma tanto o Humberto quanto o Armando podem ser desconvocados em favor de um terceiro acordado entre as partes aliançadas podendo ser do PSDB ou não.

O jogo pode ser definido no tempo regulamentar ou nos acréscimos agregando forças do PT e até do MDB se acordado entre as partes interessadas.

Se por acaso a indicação do Armando for confirmada baseada em pesquisa interna ou não, o Negão estará reafirmando a prática das Oligarquias políticas tradicionais reduzindo o público ao privado familiar significando um retrocesso na perspectiva da Democracia Social , podendo ser comparado com Bolsonaro que assentou sua prática no grupo familiar.

Mas, muita água vai correr até as zero hora de sábado, quando teremos o desfecho desta composição partidária sobre o mago Amazonino Mendes.

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