
Armas utilizadas para a proteção dos grupos indígenas que vivem na Terra Indígena (TI) foram retiradas Fundação Nacional do Índio (Funai) durante a gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com informações do Metrópoles, publicadas nesta terça-feira, 14, o confisco das armas de pelo menos uma em das bases de proteção do órgão em Terra Indígena (TI) foi denunciado ao Ministério Público Federal (MPF).
A retirada das armas teria acontecido no período em que o tenente da reserva do Exército, Henry Charlles Lima da Silva, atuou como coordenador da Funai no Vale do Javari.
O militar, segundo registros do Diário Oficial da União (DOU), foi nomeado em 9 de julho de 2020 pelo então secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Tercio Issami Tokano que, atualmente, trabalha no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça. Ele foi exonerado da Funai, a pedido, mais de um ano depois, em 5 de novembro do ano passado.
Em nota divulgada em julho de 2021, o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato também confirmou a retirada das armas.
Conforme o observatório, Henry recolhe pessoalmente as armas de fogo institucionais na Base de Proteção no rio Curuçá, deixando a equipe que lá atua vulnerável.
As armas, segundo destacou, além de imprescindíveis para a segurança da própria equipe, proporcionam alimentação para os colaboradores indígenas que ali atuam e que tem na caça a fonte principal de sua nutrição tradicional.
Devido à decisão, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) enviou uma representação à Procuradoria da República do Amazonas (Pram), que abriu procedimento investigatório e, em seguida, transformou a apuração inicial em inquérito civil, no ano passado, para investigar o caso.
Alvo recorrente de invasões de caçadores e pescadores ilegais, além de narcotraficantes, a região foi o último local onde o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram vistos. Eles estão desaparecidos há mais de uma semana.
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