Reprodução/PMRJ

Entre os 91 fuzis apreendidos durante a megaoperação no Rio de Janeiro, pelos menos quatro vieram de forças militares de outros países da América Latina, além de dois das Forças Armadas brasileiras. A megaoperação policial, realizada na terça-feira (28/10), é considerada a mais letal da história da capital carioca, com 121 mortos (quatro saõ policiais), 113 presos e mais de uma tonelada de drogas apreendida.

O poder bélico do Comando Vermelho continha duas armas do Exército brasileiro, outras duas da Venezuela, uma do Peru e uma da Argentina.

A informação foi divulgada nessa quarta-feira (29/10), pelo delegado Vinícius Domingos, da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos da Polícia Civil do RJ (CFAE). De acordo com uma estimativa da corporação, das 118 armas apreendidas, 91 são fuzis, avaliados em cerca de R$ 5,4 milhões.

“A CFAE está analisando já os fuzis apreendidos na operação. Alguns fuzis ainda estão em algumas delegacias especializadas e virão para a CEFAE”, afirmou o delegado.

“O que chama atenção são esses fuzis. A maioria deles FAL [Fuzil Automático Leve]. Dois deles já foram identificados como das Forças Armadas brasileiras, dois das Forças Armadas venezuelanas, um da Argentina e um G3 d Peru”, ressaltou.

O delegado ainda apontou que estes fuzis chegam ao Comando Vermelho pela fronteira com o Paraguai e região amazônica.

O delegado ainda descreveu que os outros fuzis apreendidos contêm fabricação internacional, porém, 90% são falsificados. Todo o arsenal bélico do Comando Vermelho (CV), apreendido nos Complexos da Penha e do Alemão, continha armas prontas para uso e equipadas com acessórios de precisão, como lunetas e miras holográficas, capazes de aumentar o alcance e a letalidade dos disparos.

“Então isso prova que quase nenhuma dessas armas aqui são provenientes de Cati [Centro Avançado em Técnicas de Imobilização] no Brasil. São provenientes da fronteira com a Amazônia, principalmente armas que são de outras forças armadas e também entram no nosso estado por rota terrestre, a maioria delas do Paraguai”, disse.

Operação de guerra contra o CV

A ação que mobilizou 2,5 mil agentes consistia em desarticular a estrutura do Comando Vermelho (CV), principal facção do tráfico no estado. A operação policial teve apoio de helicópteros, blindados e drones.

Apesar do cerco montado pela corporação durante a megaoperação, parte dos criminosos conseguiu escapar por rotas alternativas. Agentes encontraram túneis e passagens camufladas entre casas e muros, usados para fuga coordenada, lembrando a manobra vista há 15 anos, durante a histórica invasão ao Alemão, em 2010.

Entre os 121 mortos, há quatro policiais que faleceram após serem atingidos durante confrontos em diferentes pontos dos complexos. Os agentes são: Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, comissário da 53ª DP; Rodrigo Velloso Cabral, da 39ª DP; e Cleiton Serafim Gonçalves e Heber Carvalho da Fonseca, ambos da Batalhão Especial de Operações (Bope).

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