Foto: Matheus Rodrigues / Aleam

Na Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na tarde desta quarta-feira (13/8), os parlamentares estaduais discutiram sobre a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) e também da Azul Linhas Aéreas no Estado. O deputado João Luiz (Republicanos) adiantou que pedirá a realização de uma Audiência Pública para apurar denúncias feitas por ribeirinhos da comunidade Santo Antônio, em Novo Airão, contra a ONG norte-americana Global Thinkers Now.

De acordo com João Luiz, além de não realizar investimentos na comunidade, a organização estaria utilizando fotos e vídeos de moradores sem autorização, com o objetivo de arrecadar dinheiro no exterior.

“Queremos propor uma Audiência Pública para saber o que está acontecendo no município de Novo Airão. A comunidade Santo Antônio afirma que uma ONG norte-americana adquiriu parte de um terreno com a promessa de implantar benefícios para os moradores. Eles relatam que a entidade fez registros fotográficos e vídeos para buscar recursos em outros países, sem autorização da comunidade”, destacou o parlamentar.

Ainda segundo ele, os moradores da localidade também denunciam que a única atuação da ONG se restringiu à distribuição de cestas básicas e à realização de consultas médicas apenas uma vez por ano.

“A ONG fez um documento requerendo a doação desse terreno. Muitas vezes, as comunidades não têm conhecimento técnico e acabam assinando papéis que transferem a posse. Agora, eles querem o terreno de volta, já que as melhorias prometidas não foram cumpridas”, afirmou João Luiz.

Na mesma linha, o deputado Rozenha (PMB) criticou a atuação de ONGs no Amazonas, especialmente as que atuam em terras indígenas.

“O discurso dessas ONGs, principalmente nas comunidades indígenas, é muito mais retórico do que prático. Levam indígenas para a Suíça, para Nova York, mas é só balela. Não vejo nenhuma ONG perfurando poços artesianos de fato em grandes comunidades indígenas. Temos áreas imensas e nenhuma ação efetiva de abastecimento de água ou saneamento”, avaliou.

Ainda em seu pronunciamento, Rozenha teceu críticas à Azul Linhas Aéreas, que atua no Estado. Segundo ele, mesmo recebendo benefícios fiscais do Governo do Amazonas, como a isenção de impostos sobre o querosene de aviação, a empresa não atende adequadamente as demandas de voos para o interior.

“Protocolei, nesta Casa, um pedido para reverter essa situação. A Azul, embora cumpra minimamente algumas rotas, não tem compromisso com o restante do Estado. Reduz a malha aérea e não valoriza as vantagens que obtém no Amazonas. É aqui que abastece aeronaves que voam para os Estados Unidos. A empresa retira muito mais dos cofres do Amazonas do que gera de benefícios”, denunciou.

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