Foto: Danilo Mello / Aleam

Dados divulgados nesta semana pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que o Brasil voltou, após um ano, à 17ª posição no ranking dos países com mais crianças não imunizadas no mundo. A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) atua, por meio de projetos de lei e legislações sancionadas, com ações que incentivam e destacam a importância das vacinas para a proteção de crianças e a erradicação de doenças.

O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), destacou que a vacinação é um dos pilares mais importantes da saúde pública, tanto para crianças quanto para o restante da população.

“A vacinação infantil é um ato de amor, responsabilidade e um dos pilares mais importantes da saúde pública. Garantir que nossas crianças estejam com a caderneta de vacinação em dia é assegurar um futuro mais saudável para elas e para toda a população. Doenças que já haviam sido controladas ou até erradicadas estão voltando justamente por causa da baixa adesão às campanhas de imunização”, alertou.

O parlamentar reforçou ainda o compromisso com políticas que incentivem a vacinação e ampliem o acesso das famílias aos serviços de saúde. “Vacinar é proteger, é garantir qualidade de vida, reduzir internações e preservar vidas. O bem-estar das nossas crianças reflete diretamente na construção de uma sociedade mais segura, produtiva e resiliente”, declarou.

Na mesma linha, o deputado George Lins (UB), que também é médico, se manifestou sobre a queda na cobertura vacinal no país.

“A volta do Brasil ao ranking dos países com mais crianças não vacinadas é um alerta importante. No Amazonas, a baixa cobertura vacinal infantil reflete um cenário nacional preocupante, agravado pelos desafios históricos da nossa região: grandes distâncias, dificuldades logísticas e o acesso limitado a comunidades ribeirinhas e indígenas”, destacou.

“Como médico e parlamentar, reforço a importância de intensificarmos a busca ativa e fortalecermos a atenção básica, especialmente nos municípios do interior. A vacinação é uma medida segura, eficaz e indispensável para evitar o retorno de doenças já controladas, como a poliomielite e o sarampo. Vacinar é proteger o presente e o futuro das nossas crianças”, afirmou.

Leis e projetos

A Assembleia Legislativa instituiu a Lei nº 6.322, de 26 de julho de 2023, oriunda do Projeto de Lei (PL) nº 330/2023, de autoria da deputada Mayra Dias (Avante), que criou o “Dia D de Vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) – Combate e Prevenção” no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Amazonas.

De acordo com a parlamentar, a iniciativa visa promover campanhas simultâneas em nível estadual, conscientizando a população sobre a importância da prevenção do câncer de colo do útero, do câncer de pênis, entre outras doenças causadas pelo HPV.

Já a Lei nº 4.574/2018, de autoria do deputado Abdala Fraxe (Avante), obriga a apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula em escolas que oferecem Ensino Infantil, Fundamental e Médio no Amazonas.

O deputado João Luiz (Republicanos) é autor da Lei nº 5.784/2022, que institui a campanha estadual de conscientização e incentivo à vacinação DTPa (Tríplice Bacteriana Acelular).

Na avaliação da deputada Dra. Mayara Pinheiro Reis (Republicanos), a situação é preocupante, pois, a melhor forma de cuidar da saúde sempre será a prevenção. “É uma pena voltar ao ranking de crianças não vacinadas após termos um grande êxito nos índices de 2023. As crianças precisam estar protegidas e fora de risco e, cabe aos pais ou responsáveis, manter a carteira de vacinação atualizada. Aqui no Amazonas, infelizmente, a cobertura vacinal de crianças menores de 2 anos está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, mas, tenho acompanhado o esforço da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde) ao emitir alertas para a população e disponibilizando vacinas no calendário básico para prevenir doenças como tuberculose, hepatite, difteria, tétano, paralisia infantil, pneumonia, meningite, rotavírus e outras doenças que podem ser evitadas através da imunização. Levar as crianças para vacinar é essencial” afirmou Dra Mayara.

Centro Médico

O diretor do Centro Médico Dr. Luiz Carlos de Avelino, médico Arnoldo Andrade, destacou a importância da vacinação em crianças e na população em geral, apontando como um retrocesso negativo para o Brasil estar entre os países com menor cobertura vacinal infantil.

“É um grande retrocesso na história da medicina. A medicina deu alguns saltos importantes, e um deles foi a criação das vacinas, com as quais conseguimos controlar doenças infectocontagiosas. Muitas crianças morriam de sarampo, catapora, rubéola e poliomielite. Esses são alguns exemplos de doenças que foram controladas graças às vacinas, que ensinam o sistema imunológico a se defender”, destacou.

Na avaliação do médico, à medida em que a vacinação diminui, as crianças ficam mais expostas a novas cepas que podem trazer de volta essas doenças graves. Ele lembrou que essas enfermidades eram responsáveis por um índice altíssimo de mortalidade infantil, o qual foi reduzido principalmente pelas vacinas e pelos cuidados desenvolvidos pela medicina moderna.

“É um retrocesso não atingirmos as metas de vacinação infantil. É necessário que o Poder Legislativo se una ao Executivo para retomar as campanhas e a conscientização de que a vacinação é extremamente necessária e salva vidas”, enfatizou.

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