
O Banco Central (BC) reverteu a suspensão cautelar que havia aplicado à S3 Bank, uma instituição financeira de plataforma “banking as a service”, e liberou o acesso da empresa ao sistema do Pix.
A suspensão cautelar havia sido determinada pela autoridade monetária após vir à tona aquele que está sendo apontado como o maior ataque hacker contra o sistema financeiro já registrado na história do Brasil, que desviou pelo menos R$ 541 milhões.
Maior alvo do ataque, a C&M Software é responsável pela mensageria que interliga instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) – o que engloba o ambiente de liquidação do Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos criado pelo BC em 2020 e amplamente utilizado pelos brasileiros.
Na semana passada, a Polícia Civil de São Paulo prendeu João Nazareno Roque, suspeito de ter participado do ataque. Ele confessou que deu acesso aos hackers, por sua própria máquina, ao sistema sigiloso da C&M.
De acordo com a Polícia Civil paulista, no decorrer das investigações, foi possível identificar que Nazareno facilitava “que demais indivíduos realizassem transferências eletrônicas em massa, no importe de R$ 541 milhões para outras instituições financeiras”.
Inicialmente, relatos de fontes ligadas ao mercado financeiro davam conta de que a ação criminosa dos hackers poderia ter movimentado uma cifra bilionária, de acordo com as estimativas iniciais de fontes ligadas ao mercado financeiro – algo entre R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões.
Outros relatos sobre o caso apontavam que os hackers teriam desviado pelo menos de R$ 400 milhões a R$ 800 milhões.
Dois dias após o ataque, João Nazareno Roque, de 48 anos, funcionário de TI da C&M, foi preso pela Polícia Civil paulista, suspeito de ter contribuído para o ataque, ao permitir que hackers usassem suas senhas de acesso ao sistema. Para isso, segundo as investigações, ele teria recebido R$ 15 mil dos criminosos.
De pelo menos 79 pessoas que teriam sido beneficiadas pelo ataque hacker, quatro receberam, sozinhas, mais de R$ 100 milhões, segundo informações fornecidas pelo BMP à Justiça.
O Metrópoles não conseguiu contato com a S3 Bank, que não se manifestou sobre a reversão da suspensão até o momento. O BC também não se pronunciou.










