O Atlético Mineiro fez valer nesta quarta-feira a condição de melhor time do Brasil na atualidade da maneira que designa os melhores: conquistou o bicampeonato da Copa do Brasil ao vencer o Athletico-PR por 2 a 1, na Arena da Baixada, em Curitiba. Na prática, o Galo só confirmou a taça. O time ganhou de 4 a 0 no Mineirão na primeira partida da decisão e abriu boa vonatagem para a partida final. Campeão estadual e brasileiro, o Atlético garantiu a tríplice coroa na temporada.

Além da taça, o time mineiro, que havia sido campeão em 2014, vai receber R$ 56 milhões de premiação pela façanha. Ao todos, a verba de premiação do ano será de R$ 146 milhões, dinheiro suficiente para melhorar suas contas para 2022.

A melhor temporada da centenária história do Atlético-MG – a fundação ocorreu em 1908 – só não foi perfeita porque o time ficou pelo caminho na Libertadores. Foi parado na semifinal pelo Palmeiras, que acabaria campeão da disputa.

De uma coisa o Athletico não pode reclamar: de falta de apoio. Os torcedores do time paranaense fizeram de tudo para empurrar a equipe dentro da Arena – fora, ocorreu atos desagradáveis como as pedradas no ônibus com a delegação mineira, que teve um vidro quebrado, sem consequência para os jogadores. E como o teto retrátil da Arena da Baixada foi fechado sob o argumento da chuva, o estádio se tornou uma panela de pressão. Mesmo perdendo, os torcedores locais apoiaram o time.

O problema para os paranaenses é que o Atlético de Minas não é o melhor time do Brasil por acaso. É também uma equipe “cascuda”, que soube explorar nesta quarta o inútil recurso utilizado inicialmente pelos jogadores do Athletico: jogo pesado, às vezes violento, argumento típico dos derrotados de antemão. E desprovidos de inteligência. Sobrou valentia e faltou futebol.

Isso porque, a cada jogada mais ríspida, os jogadores do Atlético se estatelavam no gramado, parando o jogo. Ótimo para quem tinha quatro gols de vantagem.

GOL ANULADO

Quando percebeu que se havia uma chance de reverter o resultado jogando, o Athletico até fez gol, em lance em que Cittadini cruzou e Pedro Rocha concluiu, mas o gol foi anulado com auxílio do VAR porque a bola tocou na mão do atacante. Para piorar, as poucas esperanças dos paranaenses acabaram de vez aos 24 minutos, num contra-ataque do Galo. Com espaço, Vargas rolou para Zaracho na direita. O argentino avançou e cruzou rasteiro para Keno completar.

O Athletico sentiu o gol e nem a única jogada que tinha, os cruzamentos na área, conseguiu fazer por algum tempo. Já o time mineiro, bem posicionado para interceptar as tentativas adversária e com bom repertório de jogadas ofensivas, acabou criando duas outras boas chances de ampliar.

Para o Athletico, além de inferior técnica e taticamente, as coisas não davam mesmo certo. Tanto que aos 38 minutos, o time perdeu por contusão Renato Kayzer, bom jogador, mas nesta quarta muito descontrolado e mais preocupado em discutir do que em jogar. Ao ter de sair, o atacante deixou o campo chorando copiosamente.

SEGUNDO TEMPO

Na etapa final, com o time mudado, o Athletico fez pressão, criou boas chances e teve um gol de Mingotti anulado por impedimento milimétrico do atacante. O Atlético-MG, porém, tinha a seu favor o fato de poder esperar apenas o tempo passar. Ainda assim, teve chances e ampliou aos 30 minutos, quando Hulk recebeu de Savarino, invadiu e encobriu Santos com um belo toque de esquerda.

Derrota sacramentada, a torcida paranaense deu uma demonstração de amor ao time, reconhecendo o trabalho dos vice-campeões e campeões da Sul-Americana. E foi recompensada com o gol de honra, marcado por Jaderson aos 41 minutos. Festa mesmo, porém, fez a torcida do melhor time do Brasil. (Estadão)

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