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Celebrado em 2 de abril, o Dia de Conscientização sobre o Autismo é uma data fundamental para disseminar informações sobre a condição, contribuindo tanto para a identificação de casos ainda não diagnosticados quanto para o acesso de familiares a mais conhecimento sobre o tema. Atualmente, estima-se que existam dois milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil, segundo a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE). A prevalência estimada por organismos internacionais é de 1 caso para cada 44 nascimentos.

O diagnóstico do autismo envolve a observação de déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos ou restritos. Profissionais de saúde utilizam critérios estabelecidos em manuais, considerando a intensidade e a manifestação dos sintomas. Também podem ser feitas avaliações neuropsicológicas e o uso de escalas padronizadas para ajudar a situar o paciente no espectro.

Atenção aos sintomas

De acordo com a Associação Autismo e Realidade, que reúne profissionais de saúde e pais de autistas, o tratamento para a condição é, principalmente, estimulação e adaptação. O acompanhamento é feito por profissionais de psicologia, terapia ocupacional, nutrição, enfermagem e educação física, por exemplo. No entanto, não é raro que seja acompanhado por medicamentos.

O supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio, Jhonata Vasconcelos, explica que não há fármacos específicos para tratar a condição, mas sim os sintomas associados a alguns casos, como irritabilidade, agressividade e comportamentos repetitivos.

“A risperidona, um antipsicótico atípico, é frequentemente utilizada para reduzir comportamentos repetitivos, autolesivos e agressividade em pessoas com TEA. Ela age no cérebro, bloqueando os receptores de dopamina e serotonina”, comenta.

Outro medicamento que pode ser indicado por um profissional é o aripiprazol, que pode auxiliar na redução da irritabilidade e hiperatividade em curto prazo. A pimozida é outro antipsicótico utilizado em alguns casos de TEA, especialmente quando há presença de comportamentos obsessivo-compulsivos.

Jhonata Vasconcelos ressalta que o primeiro passo para iniciar o tratamento medicamentoso é procurar um profissional habilitado para avaliar o caso do paciente e indicar o melhor caminho no uso dos fármacos.

“É essencial que a administração de medicamentos seja acompanhada por profissionais especializados, garantindo a segurança e a eficácia do tratamento. A decisão de introduzir medicamentos no tratamento do autismo deve ser cuidadosamente avaliada por uma equipe multidisciplinar, considerando os benefícios e possíveis efeitos adversos a curto, médio e longo prazo”, explica.

O supervisor destaca que o profissional farmacêutico também contribui para o tratamento multidisciplinar, podendo orientar sobre o uso correto dos medicamentos, incluindo estratégias para o cumprimento das doses e horários.

“O farmacêutico, além de fazer a liberação do medicamento, orienta famílias sobre possíveis efeitos colaterais, interações medicamentosas e a importância da adesão ao tratamento, garantindo maior segurança e eficácia no cuidado com a pessoa autista”, afirma.

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