
A Azul, maior companhia aérea brasileira em número de voos e destinos atendidos, anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, amparada pelo Capítulo 11 da Lei de Falências americana. A medida faz parte de um plano de reorganização financeira firmado com apoio de credores e parceiros estratégicos.
Segundo a empresa, todas as operações seguirão normalmente durante o processo. A Azul assegurou que continuará cumprindo seus compromissos com passageiros, funcionários e fornecedores, sem interrupções em sua malha aérea, que inclui cerca de 1.000 voos diários para mais de 160 destinos.
O Capítulo 11 permite que empresas em dificuldades financeiras possam reestruturar suas dívidas sob supervisão judicial, mantendo suas atividades enquanto negociam acordos com credores. No caso da Azul, a proposta de reestruturação inclui:
• US$ 1,6 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões) em financiamento para garantir a operação durante o processo;
• Redução de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,3 bilhões) em dívidas já existentes;
• Possível injeção de até US$ 950 milhões (R$ 5,3 bilhões) em novos aportes de capital após a conclusão do plano.
Entre os apoiadores da proposta estão gigantes do setor aéreo como United Airlines e American Airlines, além da AerCap, principal empresa de leasing de aeronaves da Azul.
O CEO da companhia, John Rodgerson, explicou que a decisão foi motivada por uma série de fatores externos que impactaram diretamente o setor aéreo — entre eles, a pandemia de covid-19, as oscilações econômicas globais e dificuldades na cadeia de suprimentos da aviação, que afetaram a entrega e manutenção de aeronaves.
Com isso, a Azul se junta a outra grande empresa do setor no Brasil, a Gol Linhas Aéreas, que já havia recorrido ao mesmo recurso judicial em janeiro de 2024, também nos Estados Unidos.
O anúncio da recuperação judicial teve impacto imediato no mercado financeiro. No início da tarde, as ações da Azul na B3 registravam queda de aproximadamente 6%, refletindo a apreensão dos investidores diante do novo capítulo da companhia.
Apesar do momento desafiador, a Azul afirma estar confiante na reestruturação e reforça seu compromisso de longo prazo com o mercado brasileiro e seus clientes.
Com informações de IstoÉ










