O Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo (Sindoméstica) denunciou um casal residente em um condomínio de luxo na capital paulista por suspeita de tráfico humano e exploração de trabalhadoras bolivianas em condições análogas à escravidão. A informação foi divulgada pelo portal UOL.

A denúncia surgiu após o resgate de uma babá boliviana de 19 anos, que teria sido mantida em cárcere privado por seis meses. Segundo relatos, a jovem era impedida de se comunicar com sua família e com outras profissionais do condomínio, além de sofrer restrições alimentares. A advogada do Sindoméstica, Nathalie Rosário, afirmou que há indícios de um esquema familiar para explorar trabalhadoras bolivianas no Brasil. “A mãe dela [babá] também já havia trabalhado para a família da médica”, destacou Rosário.

Além da jovem resgatada, o sindicato aponta que outra trabalhadora foi trazida da Bolívia e submetida a condições semelhantes por três anos. Diante das evidências, o Sindoméstica acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT) para investigar o caso e buscar responsabilização criminal dos envolvidos. “A punição ideal não seria pecuniária, seria criminal também”, enfatizou a advogada.

A defesa do casal nega as acusações. Enquanto as investigações prosseguem, o caso lança luz sobre a vulnerabilidade de trabalhadoras migrantes e a necessidade de mecanismos eficazes para combater o tráfico humano e a exploração laboral no país.

 

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