Clientes de bancos de baixa renda pagam juros bem mais altos no crédito pessoal, e essa diferença aparece mesmo quando se consideram clientes com o mesmo perfil de risco de calote, mostra estudo do Banco Central apresentado nesta terça no Relatório de Economia Bancária.
De acordo com o levantamento, que levou em conta dados de empréstimos concedidos entre 2013 e 2019, a taxa média para crédito pessoal foi de 47,41% ao ano para quem ganha até um salário. Esses juros se elevaram para 112,83% ao ano para quem ganha mais de 20 salários mínimos.
No caso do crédito consignado esse movimento também foi observado, mas em menor grau: de 23,21% ao ano (para quem tem renda até um salário) para 28,49% (para aqueles que ganham mais de 20 salários).
– Observamos que a relação entre taxa de juros de ambos os empréstimos e renda se mantém, e que os indivíduos que possuem menor renda pagam uma taxa de juros mais alta, independentemente da classificação de risco do cliente – apontou o BC no estudo.
Para o Banco Central, há diversas razões possíveis para essas diferenças, e é necessário que essas causas sejam estudadas, assim como seus impactos.
– Nosso estudo mostra efeitos de bem-estar relevantes, principalmente para as famílias mais pobres, para iniciativas que efetivamente reduzam o custo do empréstimo pessoal no país – afirmam os pesquisadores do BC no estudo.
Com informações de: O Globo