As vendas de fevereiro no comércio da capital paulista cresceram 1,3% comparadas a janeiro. Se relacionadas com o mesmo mês de 2020 houve queda de 6,1%. O Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), feito com base nos dados da Boa Vista S/A, mostra que há uma momentânea tendência de crescimento na movimentação do varejo para os próximos meses, o que não significa que o setor esteja aquecido.

Um dos principais índices comparativos para mostrar se há crescimento ou queda nas vendas é a equiparação com o período similar do ano anterior. E neste caso, a relação é de cenário com a pandemia este ano e sem a pandemia no ano passado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia em 11 de março de 2020. Depois, no dia 24 do mesmo mês, o Governo de São Paulo anunciou a quarentena e determinou o fechamento do comércio não-essencial em todo o estado.

Foi a partir do fim de março do ano passado que os comerciantes começaram a sentir o impacto causado pelo coronavírus. “Em março e, principalmente a partir de abril teremos condições de fazer uma análise mais precisa do que está acontecendo de fato com o comércio”, analisa Marcel Solimeo, economista da ACSP. “A tendência hoje, de acordo com este balanço, é de crescimento nas vendas, mas se caírem daqui para frente até por conta da adoção de possíveis novas medidas restritivas para o funcionamento do varejo, significará que muitos comerciantes não estão tendo mais fôlego para sobreviverem a esta crise”, sugere.

As vendas de janeiro deste ano só não foram piores porque houve a Sampa Week, período de promoções de produtos e serviços que foi prorrogado até o último dia 12 de fevereiro. Em janeiro, houve restrições no funcionamento do comércio em todo o estado, como a diminuição do tempo de abertura dos estabelecimentos considerados de serviços não-essenciais em dias úteis, além também da reclassificação do estado para a fase vermelha do Plano São Paulo de Flexibilização da Economia, das 20 às 6 horas durante a semana e nos finais de semana de 30 e 31 janeiro.

Comportamento da Economia 
Em 2020, o varejo da capital paulista acumulou perdas. Em março e abril as quedas registradas foram de 47,2% e 51,8%, respectivamente sobre os meses anteriores. De maio a dezembro, a variação negativa começou a diminuir mês a mês (+5%; +35,1%; +19,8%; +24,8%; +20,8%; +21,8% e +17,1%, +18,4%). Em janeiro, voltou a cair (-38,7%), mas esta queda, independentemente de restrições impostas pela pandemia, é totalmente normal já que as vendas de dezembro, por conta do Natal, sempre serão muito maiores do que as de qualquer início de ano.
Artigo anteriorPF faz operação contra lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio
Próximo artigoPL estabelece comércio de produtos da agricultura familiar como essencial