Presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso em Davos, na Suíça (Foto: STF/Divulgação)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, alertou nesta quarta-feira durante sua participação no Fórum Econômico Mundial de 2024 em Davos, na Suíça, sobre o crescente risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia para o crime organizado. Barroso destacou que a região amazônica vem enfrentando um agravamento nos últimos tempos devido ao seu envolvimento no tráfico internacional de drogas, com municípios situados em rotas hidroviárias e rodoviárias frequentemente utilizadas por traficantes.

“Há um risco de o Brasil perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime”, afirmou Barroso em seu discurso, chamando a atenção para a seriedade do problema. Ele ressaltou que, mesmo sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos líderes da Câmara e do Senado, sua participação no evento destaca a relevância da questão para o país.

Barroso também abordou a série de crimes ambientais que a Amazônia enfrenta, incluindo desmatamento, queimadas, extração e comércio ilegal de madeira, mineração ilegal e grilagem de terras. Além disso, expressou sua preocupação de que tais crimes estejam começando a contaminar o ambiente político, observando que setores como madeireiros, garimpeiros e grileiros têm adentrado a arena política, seja obtendo votos ou se candidatando a cargos públicos.

O presidente do STF também destacou a controvérsia em torno da exploração mineral na Amazônia, apontando que, no atual quadro constitucional e legislativo, a exploração mineral em terras indígenas é terminantemente vedada. Ele enfatizou a necessidade de uma análise equilibrada e sem radicalismos sobre o tema.

A ausência de representantes-chave do governo brasileiro no evento sublinhou ainda mais a importância da mensagem de Barroso, que concluiu seu discurso alertando para a urgência de medidas eficazes para proteger a soberania da Amazônia e combater as atividades criminosas que ameaçam a região.

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