O caso do bebê que voltou a apresentar sinais vitais momentos antes de ser sepultado em Rio Branco (AC) continua comovendo o país. A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou neste domingo (26) que o recém-nascido, internado na UTI Neonatal da Maternidade Bárbara Heliodora, permanece em estado grave, porém clinicamente estável.
O bebê, identificado como José Pedro, nasceu com 24 semanas de gestação e segue intubado, em ventilação mecânica. Segundo o boletim médico, há melhora na mecânica respiratória, o que permitiu a redução gradual dos parâmetros ventilatórios.
A médica neonatologista Maria do Socorro Avelino, responsável pelo acompanhamento, afirmou que a criança está hemodinamicamente estável, com sinais vitais compatíveis com a idade gestacional e boa diurese. O recém-nascido é monitorado 24 horas por uma equipe multiprofissional, que atua em regime intensivo.
Vaga garantida em hospital de São Paulo
O senador Alan Rick (União Brasil-AC) informou neste domingo que conseguiu uma vaga na UTI Neonatal do Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) para o bebê. A transferência, segundo ele, será autorizada assim que o quadro clínico permitir o deslocamento seguro.
“Também fiz contato com o pai do bebê, me solidarizando e informando sobre a garantia da vaga”, disse o parlamentar.
Entenda o caso
O drama começou na manhã de sábado (25), quando o bebê, que havia sido declarado morto pela equipe médica da maternidade, chorou momentos antes de ser enterrado. O episódio aconteceu no Cemitério Morada da Paz, no bairro Calafate, em Rio Branco, e foi registrado em vídeo por familiares, que ficaram em choque ao perceber que o recém-nascido estava vivo.
Segundo relatos, a mãe, Sabrina Souza da Costa, natural do município de Pauini (AM), deu à luz prematuramente após complicações na gestação de cinco meses. O parto foi induzido na sexta-feira (24), e pouco depois, a equipe médica teria atestado o óbito do bebê, encaminhando o corpo ao necrotério embalado em um saco plástico.
A empresa funerária Morada da Paz foi acionada para realizar o velório e o enterro. Já no cemitério, por volta das 10h, os familiares ouviram um choro vindo do caixão. Uma funcionária do local, percebendo que o bebê estava vivo, o levou de volta à maternidade em seu próprio carro. O recém-nascido apresentava sinais de hipotermia e foi encaminhado imediatamente à UTI neonatal.
“Ele ficou dentro de um saco a noite inteira. Só percebemos que estava vivo quando começou a chorar no cemitério”, contou a tia Maria Aparecida, emocionada.
Afastamento e investigação
Após a repercussão, o governador Gladson Cameli (Progressistas) determinou o afastamento imediato dos profissionais envolvidos na emissão do atestado de óbito e abertura de investigação rigorosa para apurar responsabilidades.
A Sesacre informou que a apuração será conduzida por comissões internas da secretaria, com apoio de órgãos de controle e autoridades competentes.
