O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão para financiar o plano de universalização da cobertura de esgoto em Manaus. A informação foi divulgada pelo banco em nota oficial. O investimento busca viabilizar o projeto da concessionária Águas de Manaus, responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto da capital do Amazonas, destaca a Folha.
O montante será dividido entre R$ 255 milhões em recursos diretos do BNDES Finem, linha de crédito voltada a infraestrutura, e R$ 1,245 bilhão provenientes da emissão de debêntures incentivadas, operação coordenada pelo próprio banco.
“Universalizar a cobertura de esgoto é um dos desafios do Brasil e exige a implementação de soluções atrativas de financiamento, como a emissão de debêntures incentivadas, que permite o investimento necessário para a conclusão de obras de infraestrutura”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
O plano prevê a implantação de 2.335 km de redes coletoras, 157 km de interceptores e a instalação ou reforma de 29 estações de tratamento de esgoto. Além disso, 248 estações elevatórias de esgoto serão modernizadas, com 147 km de rede de extensão.
Atualmente, Manaus já atingiu a meta de universalização do abastecimento de água, conforme estipulado pelo marco do saneamento. A cidade possui 4.155 km de redes de distribuição e 52 poços ativos. No entanto, a cobertura de esgoto ainda está distante do objetivo: apenas 30% da população tem acesso ao serviço, com pouco mais de 800 km de redes coletoras. A meta do plano é expandir esse atendimento até 2033.
Os dados reforçam o panorama identificado pelo Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, que apontou profundas desigualdades regionais no acesso ao saneamento. Enquanto a região Sudeste registra 90,7% de cobertura adequada de esgoto, no Norte esse índice não passa de 46,4%, o menor do país e bem abaixo da média nacional de 75,7%.
“O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) considera adequado o esgoto que é coletado e tratado. O Censo só investiga a coleta, porque o morador apenas informa se tem serviço que coleta o esgoto”, explicou Bruno Perez, analista do IBGE.