Duas horas e vinte e nove minutos. Esse foi o tempo de apresentação do Boi Caprichoso com o espetáculo “Amazônia-Aldeia: O Brado do Povo”, na noite deste sábado (25/06). O bumbá da estrela na testa, ao som de percussão de negro, indígena e de nordestino, entrou conduzido pelo módulo gigante Boi Caprichosão içado por guindaste, com a Marujada de Guerra e todo o conjunto folclórico na arena.
 
O apresentador Edmundo Oran, o levantador de toadas, Patrick Araújo, e o Amo do Boi, Prince do Caprichoso, chegaram juntos, acompanhados por personagens, para a abertura da Noite B, sob a trilha da toada “Batuque, Raça e Cor”. As toadas “É Festa de Novo!” e “Amazônia Nas Cores do Brasil” deram início ao espetáculo, com direito o homem voador sobre a galera. O tripa Alexandre Azevedo evoluiu ao som da toada “Boi de Negro”.


 
A primeira alegoria foi da Figura Típica Regional “O Caboclo da Mata”, confeccionada pelo artista Márcio Gonçalves, com a execução da toada “Gente-Floresta”, e a aparição da Porta-Estandarte, Marcela Marialva, em um módulo suspenso nas alturas. O Caprichoso apresentou a Exaltação Folclórica Boi de Quilombo, de onde surgiu a Sinhazinha da Fazenda, Valentina Cid, com transformação na indumentária na arena.
 
Com a participação de alunos de libras da Escola de Artes Irmão Miguel de Pascale e de um pianista no centro da arena, Patrick Araújo interpretou “Feito de Pano e Espuma” para defender o item levantador de toadas. O Boi Caprichoso dedicou uma apresentação especial com a toada “Guardiãs”, entoada pela cantora Paula Gomes, para a evolução de mais um módulo alegórico com a aparição da Cunhã-Poranga, Marciele Albuquerque.
 
A dança dos tuxauas homenageou vítimas da Covid-19. As tribos indígenas reverenciaram, em dança, os povos isolados do extremo oeste do Amazonas, no Vale do Javari, no Alto Solimões, com a Celebração Indígena “Vale da Resistência”, em memória ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Philips, com a galera cantando a toada “Vale do Javari”.

Os Trilhos da Morte, alegoria assinada pelo artista Geremias Pantoja, levaram um recital fúnebre para a arena, sob a trilha da toada “Maria Fumaça”, com a passagem da Lenda Amazônica sobre a história da estrada de ferro Madeira-Momoré, localizada no Estado de Rondônia no início do século 20, conduzindo a Rainha do Folclore, Cleise Simas, em uma aparição com transformação surpreendente de fantasma para mulher.
 
O pajé Erick Beltrão vibrou maracás com o canto da galera e as tribos em coreografias. A Marujada de Guerra concorreu, pela primeira vez, regida por duas mulheres. O Ritual Indígena Wayana-Apalai encerrou, de  forma espetacular, com “A Batalha dos Três Exércitos”, a segunda noite do Boi Caprichoso. Depois de aparecer surpreendente em um módulo no ritual, o pajé evoluiu ao som de “Wayá-Toré”, com toda a galera cantando e dançando.  

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