
O presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou, nesta quinta-feira (25/8), que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresente a “fundamentação” da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) contra empresários bolsonaristas que, em troca de mensagens, defenderam um eventual golpe de Estado.
“A gente espera aí que o ministro Alexandre de Moraes apresente aí a fundamentação dessa operação o mais rápido possível. Porque, agora, a gente está vendo a escalada contra a liberdade que — eu sempre tenho falado — tem se avolumado em cima desses empresários”, afirmou Bolsonaro durante sua tradicional live semanal.
Na transmissão, o presidente disse que, no seu entendimento, “não falta mais nada para que o Brasil tenha um problema grave provocado por uma pessoa”, em referência ao ministro do Supremo.
Bolsonaro diz que “conhece muito bem” dois empresários alvos de operação autorizada por Alexandre de Moraes. “Trocam informações no zap comigo”.
Presidente questionou a apreensão de celulares realizada após o @Metropoles mostrar os empresários defendendo um golpe de Estado. pic.twitter.com/EvdftvKUfP
— Metrópoles (@Metropoles) August 25, 2022
No início desta semana, a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de oito empresários que compartilharam mensagens golpistas em um grupo do WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas.
Mais cedo, sem citar os empresários, o presidente fez uma publicação nas redes sociais na qual cobrou respeito pela democracia e honra à Constituição. Ele também voltou a pregar em favor da “liberdade de expressão”.
No dia anterior, durante agenda política em Minas Gerais, Bolsonaro ironizou a operação e cobrou um posicionamento de grupos que apoiaram cartas em defesa da democracia. “Cadê a turminha da carta pela democracia?”, provocou.
Entenda a operação contra empresários
A operação cumpriu determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua decisão, o magistrado também ordenou:
- o bloqueio das contas bancárias dos empresários;
- o bloqueio das contas dos empresários nas redes sociais;
- a tomada de depoimentos dos envolvidos; e
- a quebra de sigilo bancário dos empresários.
As mensagens divulgadas pelo Metrópoles mostram que empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro começaram a defender um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também candidato à Presidência, vença as eleições de outubro.
Pesquisa Datafolha divulgada na semana passada mostrou Bolsonaro em segundo lugar, com 32% das intenções de voto, enquanto Lula aparece em primeiro, com 47% das intenções.