O presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou, durante coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (30/8), a suposta intervenção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma investigação da Polícia Federal que envolve o filho mais novo do mandatário, Jair Renan.
“Jair Renan tem 22 anos. Qual a acusação?”, perguntou Bolsonaro, quando o tema foi mencionado pelos jornalistas. ” [Que] Investigue. Não compare meus filhos com os filhos do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem que ser investigado. Agora, pare de massacrar”, pediu Bolsonaro.
Questionado sobre o motivo da suposta intervenção da agência, Bolsonaro disse que o órgão fez o “trabalho”. “Não sei. Não tenho influência sobre a Abin, ela faz o seu trabalho”, disse o candidato à reeleição.
Entenda
Segundo matéria publicada pelo jornal O Globo, um integrante da Abin foi flagrado, em março do ano passado, em uma operação cujo objetivo seria prevenir “riscos à imagem” do presidente da República. Trata-se de Luiz Felipe Barros Felix.
Ele teria recebido a missão de levantar informações sobre o paradeiro de um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil que teria sido doado a Jair Renan e ao personal trainer Allan Lucena por um empresário do Espírito Santo.
Na ocasião, Allan Lucena procurou a polícia para denunciar que estava sendo seguido, como revelou o Metrópoles. Segundo ele, um carro preto o acompanhava ininterruptamente há, pelo menos, três dias.
Morador do Sudoeste, Allan ficou desconfiado ao ver o veículo entrar no estacionamento do seu prédio. O empresário, então, esperou o carro adentrar, fechou o portão e ligou para a Polícia Militar.
A guarnição chegou ao local e abordou o condutor do automóvel suspeito. Era Luiz Felix. O homem se apresentou como agente da PF e alegou que estava aguardando uma garota de programa.
“A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como estranhamente, após a ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria ‘devolvido’ veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro”, assegurou a Polícia Federal, no relatório divulgado pelo O Globo.
(Metrópoles)