O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cogitou aceitar o dinheiro oferecido pelo G7 — grupo de países mais ricos do mundo — para combater os incêndios na Amazônia caso o presidente francês, Emmanuel Macron, peça desculpas por tê-lo chamado de mentiroso em relação à política ambiental brasileira.

A posição de Bolsonaro é um recuo diante da postura oficial divulgada pelo Palácio do Planalto na noite dessa segunda-feira (26/08/2019). “Primeiro ele [Macron] retira, depois oferece [ajuda], daí eu respondo”, comentou, ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira (27/08/2019).

“Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Depois, informações que eu tive, de que nossa soberania está em aberto na Amazônia. Então, realmente, para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar”, argumentou.

O presidente se recusou a comentar as perguntas sobre a ironia feita sobre a imagem da primeira-dama francesa, Brigitte Macron. “Eu não botei aquela foto. Alguém botou a foto lá e eu falei para ele não falar besteira”.

“Não queiram levar para esse lado que a questão pessoal e familiar eu não me meto. O que eu falei era para o cara não entrar nessa área, o meu comentário foi para não insistir nesse tipo de assunto”, disse o presidente. Irritado, ele encerrou a entrevista, entrou no carro, acompanhado pelo ministro-chefe do Gabinete de Gestão Institucional, general Augusto Heleno.

Na noite dessa segunda, o Palácio do Planalto informou que rejeitaria a ajuda de 20 milhões de euros — equivalente a cerca R$ 91 milhões — prometida pelo G7 para auxiliar no combate às queimadas na floresta amazônica.

O Planalto, no entanto, não informou o motivo para recusar os valores. O presidente Jair Bolsonaro e ministros têm dito que “não há anormalidade” nos incêndios e que países europeus tentam fragilizar a soberania do Brasil sobre a floresta.

A informação do Planalto, no entanto, contradiz o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que mais cedo disse que a ajuda do G7 era “bem-vinda”. Com Metrópoles.

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