Em mais uma defesa do voto impresso nas eleições de 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o governo reservará dinheiro no orçamento para viabilizar o modelo no pleito.

Nesta sexta-feira (23/7), em entrevista à Rádio Grande FM, de Dourados, em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro voltou a condicionar a legalidade da eleição com o voto impresso.

“Aprendi que democracia não tem preço. Estamos prontos para colocar no orçamento e sessões eleitorais de todo o país tenham impressora acoplada às urnas”, declarou.

O presidente ainda falou: “Não é volta ao papel, apenas que digite o nome e depois uma maquininha imprime num papel o nome daquelas pessoas. Não tem contato manual. Acabaram as eleições, dá-se o resultado. Se um presidente de partido tiver desconfiança, faz a contagem manual, que é muito rápido.”

Na ótica de Bolsonaro, “eleições que não sejam limpas não são eleições”. “Agora, quem é contra eleições limpas e transparentes? Só quem tem interesses escusos nas mesmas. Eu quero transparência nas eleições”, disse.

O chefe do Palácio do Planalto mostrou descontentamento ao comentar a falta de apoio no Congresso para aprovar a matéria e viabilizar a empreitada.

“Essa bandeira sempre foi defendida por pelo menos 90% dos parlamentares. Por que de uma hora pra outra mudaram de opinião? Depois de receber visita do Barroso [Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral]. Hoje em dia, se botar em votação, ele não passa”, reclamou.

O voto impresso centraliza uma cruzada entre o governo, o Congresso e especialistas em eleição. Bolsonaro defende a modalidade, mas perdeu apoio no Legislativo para aprovar a medida. Especialistas são categóricos ao defender a segurança das urnas eletrônicas.

O cabo de guerra já resvalou em supostas ameaças à realização do pleito no próximo ano. A mais recente envolve o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.

“Retrocessos”

Ao indicar “benefícios” ao Brasil caso aprove o voto impresso, Bolsonaro insinuou que a modalidade livraria o país de viver situações como a de Cuba, Venezuela e Argentina, que na visão dele passam por “retrocessos”.

“A gente começa a ver como tá Cuba, Venezuela, a questão aí da Argentina. Para onde está indo Argentina? Por que entrou na fila? Cristina Kirchner é amiga da Dilma, do Lula, foro de SP, Evo Morales. O retrocesso se fez dessa forma”, afirmou.

O presidente concluiu: “Se povo quiser votar num candidato da esquerda, que ele ganhe realmente por maioria de votos. Responsabilidade passa a ser de todos nós. Se lula realmente tem 49% dos votos, é garantia de que ele vá ganhar. Agora, quando não querem voto impresso, é sinal de que algo está errado no Datafolha.” Com informações de Metrópoles.

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