Dias após recusar ajuda humanitária do governo da Argentina para auxiliar as vítimas das fortes chuvas no sul da Bahia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) desmereceu o apoio oferecido pelo governo de Alberto Fernández, de quem é crítico.

“Ajuda foram 10 pessoas. Eu agradeço o governo argentino, eu não ofereceria isso para país nenhum do mundo. Eu não ia oferecer para o Paraguai, Bolívia, Argentina, qualquer país do mundo numa situação crítica oferecer 10 pessoas para trabalhar lá”, afirmou Bolsonaro à Jovem Pan News. A entrevista, exibida nesta segunda-feira (10/1), foi gravada na semana passada.

“E para fazer o quê? Não eram especialistas em nada, eram basicamente técnicos de almoxarife em separar doações e encaminhá-las para o local que deveria ser encaminhado. Isso seria muito mais caro para a gente”, completou o mandatário, justificando que aviões da Força Aérea teriam que buscar os argentinos.

O país vizinho ofereceu apoio psicossocial e se comprometeu a mandar profissionais especializados em saneamento para a região, que sofre com severas enchentes.

A recusa foi oficializada pelo Ministério das Relações Exteriores ao consulado da Argentina no Brasil. Para dispensar a ajuda, o Executivo local disse contar com “todos os recursos financeiros e de pessoal necessários” para contornar a crise.

Ainda em dezembro, quando a ajuda foi ofertada, Bolsonaro disse que o governo brasileiro avaliou que o apoio não seria necessário naquele momento, mas que poderia ser acionado oportunamente, em caso de agravamento das condições.

Segundo o mandatário, o “fraterno oferecimento argentino” foi feito quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada, inclusive com o apoio de três helicópteros da Marinha e do Exército.

Na ocasião, o governador do estado, Rui Costa (PT), afirmou que aceitará qualquer auxílio externo ao país mesmo sem permissão das autoridades diplomáticas brasileiras.

Na postagem, Costa afirmou que “Bahia aceitará diretamente, sem precisar passar pela diplomacia brasileira, qualquer tipo de ajuda”. Ele ainda afirmou que, devido aos estragos provocados pelas chuvas, “qualquer ajuda neste momento” é bem-vinda.

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