O Corpo de Bombeiros encontrou, neste domingo (12), uma mochila e um notebook na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira no interior do Amazonas.

Também foram achados chinelos e uma lona no local, segundo agentes do Corpo de Bombeiros do Amazonas que retornaram no fim da tarde deste domingo ao porto de Atalaia do Norte.

Pereira e Phillips viajavam pelo rio Itaquaí à cidade no dia do desaparecimento, mas não chegaram ao destino.

Os objetos foram encontrados por mergulhadores dos bombeiros. A mochila estava amarrada numa árvore submersa no igapó e os pertences estavam dentro dela. Ela foi entregue à Polícia Federal.

Embarcação

Neste domingo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) informou em nota que foi encontrada uma possível nova embarcação de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, suspeito de envolvimento no desaparecimento da dupla.

Um local por onde vestígios indicam que um barco pode ter sido arrastado também foi identificado e isolado para análise.

A entidade negou que partes de corpos tenham sido encontrados. A Polícia Federal de Manaus já havia desmentindo o boato no sábado.

Segundo a Unijava, a propriedade da embarcação descoberta ainda precisa ser confirmada pelas autoridades. O local onde um barco teria sido possivelmente arrastado já foi isolado e passará por perícia.

O desaparecimento da dupla foi alertado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.

Uma testemunha chave afirmou ter visto Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições pouco depois que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips deixaram a comunidade de São Rafael com destino à Atalaia do Norte, na manhã do último domingo, data em que foram vistos pela última vez.

De acordo com a narrativa da testemunha, Pelado, a quem a testemunha se referiu como “homem muito perigoso”, já vinha prometendo “acertar contas” com Bruno e afirmou que iria “trocar tiros” com ele tão logo o indigenista aparecesse no local.

Logo depois que Bruno e Phillips deixaram a comunidade, um colega de Pelado foi visto em seu barco com o motor ligado em ponto morto, à espera dele. Outra pessoa também estaria deitada na embarcação, que estava perto de onde Bruno e Phillips desapareceram.

A testemunha contou ainda que, logo mais abaixo no rio Itaquaí, Pelado foi novamente visto no barco, desta vez com mais quatro pessoas, passando em alta velocidade. Depois disso, não foi visto mais. A testemunha disse ainda que não “resta dúvidas” de que ele e os demais foram atrás da embarcação para fazer “algo de ruim” contra a dupla.

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