O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) oficializou, na última quinta-feira (10), a doação e a responsabilidade pela manutenção da Passagem Superior de Fauna instalada no km 271 da BR-319, no Amazonas. A estrutura inédita foi concebida para permitir a travessia segura de animais silvestres que circulam pelas copas das árvores, contribuindo com a preservação da biodiversidade na região.
A cerimônia de entrega ocorreu no auditório do DNIT em Manaus e reuniu cerca de 60 pessoas, entre representantes de órgãos públicos, entidades ambientais e empresas envolvidas no desenvolvimento do projeto. Com a assinatura do termo, o DNIT passa a ser responsável também pelo monitoramento da fauna, trabalho que já vem sendo realizado por meio de câmeras instaladas pela organização WCS Brasil.
Elaborada como medida de mitigação dos impactos da rodovia sobre a fauna local, especialmente espécies arborícolas como primatas, a estrutura foi projetada pela consultoria ViaFauna, sob coordenação da bióloga Fernanda Abra, referência nacional em ecologia de estradas. A execução contou com o apoio técnico da WCS Brasil e de empresas contratadas pelo DNIT.
A passagem é composta por cabos conectados a postes de concreto e tubos de polietileno de alta densidade (PEAD), formando uma espécie de ponte suspensa entre as copas das árvores, possibilitando a reconexão dos habitats divididos pela estrada. Além de reduzir atropelamentos, o equipamento visa preservar espécies ameaçadas e fomentar soluções integradas entre infraestrutura e conservação ambiental.
Durante o evento, vídeos demonstrativos apresentaram o funcionamento da estrutura e os resultados obtidos com passagens semelhantes em outras regiões da floresta. Representantes do DNIT destacaram a durabilidade dos materiais — estimada em até 50 anos — e reforçaram a importância de incorporar práticas sustentáveis em obras viárias que cruzam ecossistemas sensíveis.
Estiveram presentes na cerimônia representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), da WCS Brasil, da LCM Construtora, do Consórcio SPU, da STE Engenharia e do Consórcio Concremat/Hollus.
A entrega da estrutura marca não apenas a conclusão de uma etapa do projeto, mas também o fortalecimento do compromisso com o desenvolvimento sustentável na Amazônia, unindo engenharia e preservação ambiental.
