O senador Eduardo Braga (MDB-AM) voltou a cobrar nesta quarta-feira (20/8), na Comissão de Infraestrutura do Senado, soluções logísticas e estruturais para o Amazonas. Ele destacou a precariedade da travessia de balsas entre o Porto da Ceasa, em Manaus, e o Careiro da Várzea, no acesso à BR-319, além de exigir mais segurança na navegação pelo Rio Madeira, onde acidentes recentes com comboios de rebocadores causaram destruição e mortes.

Braga criticou duramente a situação das balsas que fazem a ligação Manaus–Careiro da Várzea, classificando-as como “ultrapassadas, velhas e mal cuidadas”. Segundo o parlamentar, a insegurança nos contratos de concessão desestimula investimentos.

“Se não bastasse a gente sofrer nos 400 quilômetros sem asfalto da BR-319, ainda enfrentamos uma travessia em balsas que não têm condições. As empresas alegam que não investem porque os contratos são curtos e não garantem retorno financeiro”, afirmou.

Hidrovia do Madeira e acidentes fatais

O senador também fez duras críticas à possibilidade de privatização da hidrovia do Rio Madeira, considerada por ele uma medida “descabida”. Braga destacou que há recursos disponíveis para a dragagem, especialmente durante o período da seca, e que o pedágio sobre cargas apenas encareceria o transporte para Amazonas e Rondônia.

Além disso, cobrou maior fiscalização da Antaq diante do aumento do número de balsas por comboio. Somente no primeiro semestre, três acidentes graves ocorreram nas orlas de Humaitá, Borba e Manicoré. O caso mais recente, em Manicoré, resultou na morte de três pessoas após a colisão que destruiu um porto flutuante.

“Estão formando comboios de até 30 balsas de 2 mil toneladas. São embarcações que não têm dirigibilidade para manobrar com segurança e isso já custou vidas e prejuízos”, denunciou.

Críticas às concessões de estradas

Braga também chamou atenção para a falta de investimentos nas rodovias federais concedidas à iniciativa privada. Para ele, a repactuação de contratos emperrou e impede melhorias necessárias.

“Muito se propagou sobre as concessões privadas, mas elas não estão garantindo nenhum investimento efetivo. Isso é uma das piores heranças do governo passado”, criticou.

Aprovação de novos diretores da ANTT e Antaq

Na mesma sessão, a Comissão de Infraestrutura aprovou, por unanimidade, os nomes de Guilherme Theo Rodrigues da Rocha Sampaio e Alex Antonio de Azevedo para a diretoria da ANTT. Para a Antaq, foram confirmados Frederico Carvalho Dias como diretor e Renata Sousa Cordeiro como ouvidora.

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