
Durante o II Fórum ESG Amazônia, realizado nesta sexta-feira (21), em Manaus, o senador Eduardo Braga destacou a importância de consolidar a economia verde como motor do desenvolvimento da região amazônica. Segundo ele, associar os serviços ambientais à inovação tecnológica e à preservação ambiental será fundamental para garantir o futuro da floresta e do modelo da Zona Franca.
O evento, promovido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), reuniu lideranças políticas e empresariais com foco na preparação do Polo Industrial de Manaus (PIM) para a COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém, no Pará, no fim deste ano.
Durante o painel “Transição Energética: Caminhos para um Futuro Sustentável e seus Impactos Climáticos”, Braga destacou o papel estratégico do Amazonas na mudança da matriz energética nacional. Ele lembrou que, desde 2009, o estado tem reduzido sua dependência do diesel com o uso de gás natural de Coari e a integração ao Linhão de Tucuruí. Para os próximos anos, o objetivo é ampliar a conectividade energética com a interligação às hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, por meio da BR-319.
“O Amazonas saiu de uma geração a diesel para fontes muito menos poluentes. Agora, estamos mirando no futuro com segurança energética e inovação. Queremos transformar a Zona Franca em protagonista da indústria de data centers, conectada aos princípios de governança, meio ambiente e inclusão social”, afirmou o senador.
Braga também defendeu o fortalecimento de mecanismos como o pagamento por serviços ambientais (PSA) e o mercado de crédito de carbono. Segundo ele, a Amazônia precisa ser valorizada não apenas como área de preservação, mas como prestadora de serviços ambientais fundamentais para o equilíbrio climático de todo o Hemisfério Sul.
“A floresta amazônica influencia diretamente o regime de chuvas que favorece o agronegócio brasileiro, a produção de energia hidrelétrica e o abastecimento hídrico. Precisamos reconhecer esse papel e convertê-lo em investimentos sustentáveis”, ressaltou.
Além de Braga, o presidente-executivo do CIEAM, Lúcio Flávio de Oliveira, reforçou que as empresas do PIM já desenvolvem práticas de ESG, mas ainda enfrentam o desafio de adequação às novas exigências globais. A coordenadora adjunta da Comissão de Transição Energética do Amazonas, Zilda Costa, alertou para a persistência do uso de termelétricas a diesel em regiões isoladas da Amazônia, que atendem cerca de 2,5 milhões de pessoas.
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, aproveitou o evento para lançar oficialmente a iniciativa “ZFM+ESG”, voltada a incentivar a adesão progressiva das empresas do PIM às boas práticas ambientais, sociais e de governança. Segundo ele, o objetivo é transformar a Zona Franca em referência mundial em sustentabilidade.
Durante o fórum, também foi apresentada a Yamaha Neo’s, primeira motocicleta elétrica fabricada por uma grande empresa no Brasil. Produzida na Zona Franca de Manaus, o modelo possui autonomia de 70 km, baterias recarregáveis em tomadas comuns e conectividade com celular via aplicativo — símbolo do avanço de iniciativas sustentáveis na indústria local.